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Pitoco Capivara é pop!

Roedores grandalhões ameaçam protagonismo da serpente em Cascavel

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Animal ganha força como bicho símbolo da cidade também por conta de um jargão do mundo policial e político

A equipe de marketing do Sicredi anunciou, na semana passada, que uma das estrelas da campanha publicitária bolada especificamente para Cascavel será a capivara. Mais precisamente, o pastel de capivara, iguaria recheada com queijo vendida pela dona Cleusa na feirinha.

Outro time bom em transformar bicho em celebridade, o pessoal da Comunicação da prefeitura (Secom), já havia descoberto o sucesso traduzido em likes, emojis e conversão dos roedores quando servidos à rede social salpicados de algum bom humor.

Assim, pelas mãos e cérebros irreverentes da Paula e do Mozzart, da Secom, surgiu nas plataformas da prefeitura a “Tia Capi”, um personagem inspirado no carisma do maior roedor do planeta.

Há inúmeras histórias e estórias de capivara em Cascavel. Basta dar um Google. Uma delas é muito curiosa, já que determinado portal de notícias atribui a morte de um filhote ao afogamento nas águas do Lago Municipal. Como capivara é um bicho meio anfíbio, se vira bem em terra e na água, é como dizer que o sapo ou o peixe morreu afogado.

Outra imagem disponível é mais realista: frequentador do lago filmou uma capivara laçada, que se deslocava com uma corda amarrada ao abdômen. Caça à capivara não é incomum ali. Moradores da região descrevem emboscadas em que os roedores são mortos a marretadas. Triste.

O censo da capivara, para saber quantas temos no lago, ainda não foi concluído (nem começado), mas estima-se que haja cerca de 400 animais por ali. Não por acaso, de quando em vez, onças passeiam salivando no local. A capivara, desde sempre, está no cardápio do felino.

A famosa imagem do trânsito parado para suas excelências, as capivaras. Abaixo, o pastel da dona Cleusa: capivaras ajudam a entender o presente e o passado de Cascavel

Capivara nas urnas

No jargão policial, capivara pode significar “ficha corrida”. Descrição parecida também se aplica à política.

O internauta Vanderlei Morais de Souza espetou um perfil no Facebook há três anos com o sugestivo nome de “Puxando a capivara”. Na ausência de um bode, ele colocou o roedor do queixo comprido na sala do prefeito.

“É a capivara do lago olhando com sarcasmo para o mundo político local”, diz Vanderlei, que assegura manter uma “linha editorial” apartidária.

Muito antes do Facebook e até mesmo do Orkut, no meio da década de 1990, estourou em Cascavel o “Escândalo das capivaras”. Formou-se um “Triangulo das Bermudas” no eixo Cascavel/Santa Tereza do Oeste/Lindoeste, capaz de sugar milhões de reais do Ministério do Meio Ambiente.

A turma que viveu aqueles dias sabe quais capivaras engordaram no período, algumas delas, acima de qualquer suspeição, ostentavam sobrenomes reluzentes, patriotas educados nas melhores estribarias do Oeste.

Como se percebe, o cardápio à base de capivara é abundante e sua fama repentina tem autoria difusa. Sabe-se que a foto principal deste texto, de autoria do Julio Szymanski, contribuiu para dar a elas o lugar no palco, ofuscando a serpente que nomina a cidade.

Capivaras usando a faixa de pedestre têm mais de um sentido aqui: além dos bons modos no trânsito, fazem lembrar, pela fama de seus protagonistas de quatro ou duas patas, a histórica foto no álbum Abbey Road, dos Beatles, uma das imagens mais conhecidas do planeta. God save the capivara!

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Cascavel terá museu de Cristo

Grupo liderado por dom Zico e Francisco Simeão vai à Espanha para replicar aqui um dos principais pontos de turismo religioso da Europa

Todos os caminhos dos cristãos na última sexta-feira (8), em Salamanca, conduziram à secular catedral da histórica cidade espanhola, uma das mais belas construções góticas da Europa.

Certamente os visitantes aproveitaram a oportunidade para percorrer as seis salas da exposição denominada “O Homem Mistério” ali aberta em outubro do ano passado reunindo um acervo que inclui lanças romanas, a recriação da Cruz e do Santo Sepulcro e um espaço imersivo com pinturas sobre a vida de Jesus desde o primeiro século até os dias de hoje, entre outros objetos de arte sacra.

É para lá que também seguirá em setembro vindouro uma comitiva liderada pelo empresário Chico Simeão e pelo bispo auxiliar de Curitiba, dom Reginei José Mondolo, ou dom Zico (apelido pelo qual ele era chamado nos longos anos em que atuou como padre em Cascavel), em viagem motivada pela principal atração da mostra, que vem tocando fortemente o coração dos visitantes e dos fiéis do mundo inteiro.

Trata-se de uma escultura inédita e hiper-realista do corpo de Cristo produzida com base nos estudos do Santo Sudário, ou Sudário de Turim, o pano de linho que teria envolvido o Filho de Deus após sua crucificação.

RÉPLICA AQUI

O objetivo do grupo é conhecer o evento e sua estrutura para avaliar a possibilidade de instalar uma réplica no museu temático a ser edificado no terreno de dez mil metros quadrados que Simeão doou à Igreja Católica na área onde está implantando, nos arredores de Cascavel, o mega-projeto habitacional Residencial Ecoparque.

Rica em detalhes que impressinam e podem até chocar, a reprodução materializa os sinais físicos dos sacrifícios impingidos a Jesus na Paixão, fazendo com que o seu indescritível sofrimento pareça ser mais real, maior, mais próximo e visualmente doloroso.

Fruto de 15 anos de pesquisas, o corpo de Jesus foi reconstruído antropologicamente, a partir de testes tridimensionais. Os artistas que trabalharam na obra captaram tudo o que aconteceu no Sudário utilizando uma figura criada a partir dele. Para obter as medidas do corpo, de 1,78 m, eles se basearam nos pontos de sangramento.

Feita em látex e silicone, a escultura é recoberta de chagas profundas resultantes da tortura vivida por Jesus. Tem os pés curvados e as mãos atadas, com as costas elevadas, os ombros lacerados pelo peso da cruz, o olho direito inchado e a parte posterior da cabeça machucada pela coroa de espinhos.

Diz o curador da exposição, Ángel Blanco, que, ao colocá-la sobre a mesa de exibição, teve a certeza de “que estava diante da imagem que todos temos de Jesus de Nazaré”.

“O Homem Mistério”, exposto em Salamanca, compõe o principal atrativo do “Museu de Cristo”, iniciativa que poderá ser replicada em Cascavel

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Devoradora de buracos aposenta a “vovó do piche”

Máquina exposta em frente ao paço municipal de Cascavel é apresentada como arma letal para enfrentar uma das guerras perdidas da humanidade: os buracos da rua

Uma nova usina de asfalto tecnologicamente avançada e ambientalmente sustentável. Em breve, a nova usina estará triplicando a produção de massa asfáltica para enfrentar a buraqueira e recuperar a vasta malha.

A usina em operação hoje é uma espécie de “vovó do piche”, adquirida já obsoleta quase três décadas atrás de segunda mão, com modesta capacidade de produzir 30 toneladas/hora de massa asfáltica. Já a grandalhona produzirá 90 toneladas/hora.

Cascavel tem cerca de 1,2 mil quilômetros de vias públicas asfaltadas, o que equivale a distância ida e volta a Paranaguá. Na área rural o desafio não é menor: são cerca de 3,5 mil quilômetros de estradas municipais, 400 deles pavimentados. A ambição é grande: o Anel de Integração Rural, com recursos de Itaipu, está recebendo investimentos e vai dar trabalho para a máquina gigante devoradora de buracos.

O secretário de Obras Públicas, Sandro Camilo Rocha, destaca que a usina, além de ambientalmente correta, vai operar sobre mais de 10 milhões de metros quadrados de asfalto. “Precisamos produzir muita massa asfáltica com baixo custo”, explica.

Investimento de R$ 7 milhões em equipamento

A atual (e desatualizada) usina foi adquirida em 1995 e está localizada no Bairro Guarujá, na Pedreira Municipal, local que irá receber a grandalhona sofisticada. Mais de R$ 7 milhões estão sendo investidos em equipamentos. Além da usina, dois caminhões tapa-buracos foram incorporados a frota.

“Esse caminhão permite que a massa fique aquecida durante todo o dia, evitando expor o trabalhador sobre a caçamba, melhorando as condições de segurança, incorporando uma serra, um rompedor e um compactador manual que agiliza a operação tapa-buraco”, explica Sandro.

Sem jamais desdenhar a capacidade da devoradora de buracos, facilmente é possível incluir seu desafio nas batalhas perdidas da humanidade, entre elas, exterminar baratas, pernilongos, ratos e buracos na rua.

O NÚMERO

1.138 é o número de veículos da frota da Prefeitura de Cascavel. Se tirar a “vovó do piche” desta conta, são 1.137.

Prefeito Leonaldo Paranhos posa ao lado da máquina gigante que incorpora a usina de asfalto e mil e uma utilidades: 10 milhões de metros quadrados a desafiar a devoradora de buracos

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

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