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Silvana Nardello Nasihgil

Tempos de amores “líquidos”

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Eu tenho ouvido muito isso nesses tempos de amores “líquidos”.

Está muito fácil usar as fragilidades humanas, se divertir e simplesmente fazer de conta que nada existiu.

Passou da hora de rever essa história de “ficar”, porque essa brincadeira está causando muitos danos emocionais.

Caracas, me diga você: por que as pessoas ficam, ficam e ficam, por meses, colocam todo mundo na história, convivem intensamente, viajam, passam a metade da semana dormindo juntos e isso não recebe status algum?

Depois de tudo isso, namorar nem pensar!

Não dá para entender esse modismo que vem roubando as emoções e sentimentos. Esse novo padrão de comportamento perverso tem roubado a paz e impedido os sonhos.

Então, quando você se permite “ficar” com alguém, e sem critérios seguir essa história, você está no lugar errado, “ficando” com o(a) namorado(a) de outra pessoa. Você estará impedindo alguém de construir uma história real.

Não somos objetos que se usa e se deixa de lado quando a brincadeira cansa. Somos humanos e, sem dúvida, todos desejamos ser amados e felizes.

Mesmo que se fale o contrário, em pouco tempo, esse tipo de relação vai se tornando sofrimento, um peso e uma desconstrução.

Uma das piores sensações da vida é se sentir usado(a) e dispensado. Isso dói, e dói muito!

Pior ainda é saber que a dor vem de um comportamento consentido.

Por que se consente?

Não é porque se quer viver intensamente todas as possibilidades. No fundo não tem nada a ver com liberdade, tem muito mais, infinitamente mais, com o desejo de ser amado(a), percebido(a), desejado(a).

Quando paramos para pensar a respeito, vemos nas pessoas que vivem esse tipo de relação um(uma) que se acha a pessoa mais poderosa do mundo e no outro(outra) uma falta gritante de amor próprio.

E lá voltamos nós: a falta de amor próprio permite tragédias emocionais, facilita a dependência dos abusadores e enfraquece a autoestima.

Se faz necessário que cada um repense os espaços que está permitindo serem usados pelas pessoas e ter a firme convicção de que as pessoas só usam os espaços que permitimos.

Mais amor próprio, por favor!

Escolha ser o dono(a) da sua história. Pare de brincar de vida se você quer que a vida lhe leve a sério.

Escolha ser protagonista da sua história, não se permita ser brincadeira na mão de ninguém. Use a inteligência emocional a seu favor e vai por mim: é infinitamente melhor estar só do que viver sendo um objeto de diversão e desejo alheio.

Se valorize e creia que você merece ser feliz. Faça escolhas que permitam a felicidade fazer parte dos seus dias.

Bora lá! Só vivemos uma vez. Que seja incrível essa viagem, que seja de primeira classe, com tudo o que se tem direito.

Por Silvana Nardello Nasihgil. Ela é psicóloga clínica com formação em terapia de casal e familiar (CRP – 08/21393)

silnn.adv@gmail.com

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