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Editorial

Clima tenso

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As mudanças climáticas causadas pelos seres humanos estão deixando o planeta com eventos extremos cada vez mais comuns. Furações, tempestades e a seca estão sendo cada vez mais observados, muito por conta do efeito estufa, que, como o nome já diz, tem aquecido a terra, a água e o ar, muito por conta da queima de combustíveis fósseis, como derivados do petróleo e carvão mineral.

Um relatório divulgado ontem (09) pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, órgão vinculado à Organização das Nações Unidas (ONU), revela que a atividade humana já foi responsável pelo aumento de 1,07º na temperatura do planeta.

Pode parecer pouco, em princípio, mas em um organismo vivo extremamente complexo, que é a Terra, os efeitos podem ser devastadores. A morte de plantas aquáticas, por exemplo, que representam ampla parte do oxigênio produzido no mundo, são comuns com pequenas oscilações térmicas.

O Brasil também sofre com o clima adverso. Na região Oeste do Paraná, por exemplo, nunca uma estiagem provocou tantos estragos na história recente. As chuvas bem abaixo da média histórica comprometeram o abastecimento de água em várias regiões do Estado, como em Marechal Cândido Rondon, que precisou adotar rodízio novamente, a partir desta terça-feira (10), no fornecimento aos moradores.

Com os rios baixos, há dificuldade também na produção de energia pelas usinas hidrelétricas, encarecendo a conta para toda a população. Não bastasse, no Oeste, no Paraná e no Brasil, onde a produção de alimentos é gigantesca, a falta de chuvas fez cair a produtividade e até mesmo a qualidade dos alimentos. Ainda, o frio extremo de alguns dias atrás provocou prejuízos nas principais lavouras de inverno.

E está assim em todo lugar da Terra. O gelado Canadá registrou temperaturas que passaram fácil dos 50 graus Celsius. O calor intenso foi responsável pela morte de inúmeras pessoas. Enchentes têm castigado países do Oriente. Por onde se olhe, algo estranho está acontecendo.

Na opinião de Elon Musk, bilionário que criou a Tesla, uma fábrica de carros elétricos, não faz nenhum sentido usar energia a partir do petróleo, que viu a luz solar pela última vez no tempo em que as esponjas eram os seres mais inteligentes do planeta. Assim como o carvão, usado especialmente em muitas fábricas da Europa, Estados Unidos e China. E realmente não faz sentido, se há alternativas, inclusive mais baratas, mas especialmente renováveis e que não causam ou causam pouca poluição e não liberam os gases responsáveis pelo efeito estufa.

Mas acabar com uso desses combustíveis é uma utopia. Algumas das pessoas mais ricas do planeta produzem, vendem e transportam esses combustíveis. O poder e o dinheiro continuam a se sobrepor aos interesses de toda a população global. Por muitos anos a humanidade vai continuar usando esses combustíveis que estão mudando nosso planeta para pior. Para piorar, as maiores economias do mundo, como China, Estados Unidos e países europeus, são as que mais produzem esses gases, mas certamente serão os mais pobres, com poucos recursos, que serão os maiores prejudicados.

Não basta fazer cúpulas, convenções e previsões para reduzir as emissões. É preciso agir, combatendo o capitalismo selvagem e destruidor que impera na indústria energética.

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