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Editorial

Petrobras, eleições e os brasileiros

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O anúncio feito pela Petrobras de uma nova alta no preço dos combustíveis está dando o que falar entre o brasileiro, que não aguenta pagar mais caro toda vez que visita os postos.

A população brasileira, pagando mais de R$ 7 em um litro, precisa desembolsar cerca de R$ 400 para encher o tanque de um automóvel médio. Grosseiramente, a conta é simples. O brasileiro recebe em real, mas está pagando preço dolarizado pelos combustíveis, um dos itens mais básicos para o desenvolvimento de uma nação.

Tudo envolve combustíveis. Logo, essas altas consecutivas, que não param de jeito nenhum, estão reduzindo a pó o poder de compra dos consumidores. O efeito cascata faz aumentar o preço de tudo que é transportado. Ou seja: tudo. Nada chega até sua casa ou empresa sem que tenha sido transportado.

Essa política de preços tem enriquecido bruscamente os investidores e empobrecido os mais de 200 milhões de brasileiros. Somente ontem (20) a estatal petrolífera pagou R$ 24 bilhões a seus investidores, fruto de um lucro absurdamente conquistado nos últimos tempos.

Enquanto poucos enriquecem, outros observam inertes o preço dos combustíveis inviabilizar suas rendas e seus negócios.

Pessoal ligado ao transporte de cargas já começa a dar sinais de esgotamento. A pressão pelo preço do frete vai ser imediata. Aliás, pressão é o que a Petrobras tem feito, sendo uma das grandes responsáveis por uma inflação contaminante que acomete o Brasil.

Não bastasse a Petrobras esfacelar a renda dos trabalhadores e dos empresários, também tem causado, mais do que o necessário, mais do que o comum, um embate na área política. O presidente Jair Bolsonaro, insatisfeito com a alta nos preços e com o que isso pode causar para sua reeleição, tem feito o que pode para tentar frear esses preços, mas esbravejar, mesmo com razão, parece não surtir efeito.

Uma nova substituição vai ser feita na presidência da Petrobras nos próximos dias, mas isso pouco ou nada vai resolver a vida do brasileiro, tampouco deve melhorar a relação da estatal com a política e com o Palácio do Planalto. De nada adiantam novos presidentes e o mesmo jeito de ter sua política de preços.

Deve ser sancionada a lei que reduz a cobrança de ICMS, o que deve trazer certo alívio aos preços dos combustíveis, que já vão estar mais caros por conta desse aumento anunciado. Pode ser um pequeno alívio para o bolso, na hora de abastecer, mas o fato é que o estrago já está feito faz tempo.

Os preços inflacionados de tudo não devem voltar a patamares tão baixos. Enquanto isso, os salários não são corrigidos. Se são, são corrigidos com valores bem inferiores à inflação do período. Ou seja: nem cobrem as perdas.

Infelizmente, o cenário, que parece desafiador, deve ser ainda mais difícil nos próximos dias, meses. São três meses até as eleições, período em que a Petrobras e os preços dos combustíveis estarão em pauta e na boca dos presidenciáveis, especialmente os de oposição ao atual governo. Para os políticos é só política, para o povo brasileiro é só aumento de despesas e redução do poder de compra.

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