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Editorial

Ao menos diferente

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As cartas estão à mesa. E são muitas. Para a Presidência da República, são 13 candidatos. Para o Governo do Paraná, são nove os postulantes.

De fato, uma eleição um pouco diferente das anteriores se desenha no Brasil. Nunca houve tantos candidatos de “renome e gabarito” pleiteando a chefia do Executivo federal. Há ainda expoentes que se destacam por serem “amadores” de expressão, que podem surpreender, e alguns velhos conhecidos da política galgando o ápice de suas carreiras. Há muitas opções, a exemplo das muitas dúvidas que começam a permear a cabeça do eleitor a partir de agora.

As alianças ainda estão sendo diagramadas no cenário eleitoral até dia 15, data-limite para que os partidos registrem suas candidaturas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até lá, os partidos ainda devem barganhar entre si para iniciar as disputas com o máximo de penetrabilidade para expressar seu potencial a partir do ano que vem, seja na base do governo ou não. No entanto, parece que o esboço, de uma forma geral, está pronto, ao menos no cenário nacional. Honestamente, o cenário não é daqueles mais animadores. Mas é o que se apresenta para o momento.

A revolta com a política nacional, desencadeada com os protestos que começaram em 2013 e foram inflamados com a Operação Lava Jato, fez nascer um novo cenário para as eleições desse ano. Novas caras surgem para tentar o protagonismo ao lado de velhos conhecidos. Até agora, o desempenho de cada um deles é incerto. Certo é que quem fez mais alianças vai ter mais espaço de TV e mais dinheiro do nauseante Fundo Partidário.

Existem candidatos para todos os gostos. Se o leitor quiser votar em alguém que nunca foi político, tem. Quer votar em político experiente, tem também. Tem quem defenda classes, quem defenda ideais, quem defenda temas ultrassensíveis, tem também quem não se cansa de tentar. As siglas também são as mais variadas – não se engane com nomes bonitinhos ou letrinhas faltando, eles podem esconder velhos e maus hábitos que escravizam e envergonham a política brasileira ao longo da história.

A partir de agora o eleitor brasileiro precisa se entregar à política, questionar, ler, ouvir, ler um pouco mais, interpretar, investigar, decidir por si próprio, baseado nas convicções que vai ratificar ao longo da campanha eleitoral. É hora de fazer o dever de casa e optar pelo que lhe mais parece o ideal, mesmo que este, aquele ou aquela não tenha as chances que as pesquisas ditam às vésperas de cada pleito.

Muita gente ainda está indecisa no Brasil e não sabe em quem vai depositar seu voto de confiança em outubro. A partir de agora – especialmente com a definição até o dia 15 – fica mais fácil para o eleitor escolher seu predileto, mesmo que entre todos não apareça alguém que lhe agrade por completo. As cartas estão na mesa, a sorte está lançada. Que seja uma campanha diferente, uma eleição diferente, e que o país avance a novos tempos para um lugar onde corrupção seja exceção à regra, e não o contrário.

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