Fale com a gente

Editorial

As chuvas e as vacinas

Publicado

em

Há coisas comuns entre as abençoadas vacinas, que estão chegando cada vez mais para todos os brasileiros, e as abençoadas chuvas, que encharcaram o solo do Paraná nos últimos dias: nas duas situações, a melhora não é imediata.

Todo mundo já sabe que mesmo com as duas doses da vacina ainda é preciso manter cuidados essenciais, como distanciamento social e uso de máscara. Isso porque, entre outras situações, uma parte da população, notadamente crianças e adolescentes, ainda não foi imunizada. Em algumas semanas ou em poucos meses, possivelmente, a situação ficará mais razoável, com cenário mais seguro, e as restrições por causa da pandemia vão ser retiradas uma a uma, até que não se tenha mais nenhuma.

Nem todo mundo sabe, mas toda essa água que caiu nos últimos dias na região Oeste e no Paraná, de maneira geral, ainda não é suficiente para normalizar a situação. A atual crise hídrica que assola o Estado está longe de acabar.

Boa parte da água que abastece os moradores de Marechal Cândido Rondon é captada em poços formados pelos lençóis freáticos. Com a crise hídrica que já dura dois anos, esses lençóis freáticos tiveram seus volumes consideravelmente reduzidos. Para que sejam regulados novamente, é preciso chover muito mais. Ainda, o regime de chuvas no Centro-Oeste e Sudeste do Brasil também precisa melhorar para garantir que os rios da região Sul se restabeleçam.

Muitos moradores de Marechal Rondon estão usando água deliberadamente por achar que as chuvas recentes resolveram a situação. Outros estão até indignados com o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae), porque a autarquia ainda está impondo o rodízio no fornecimento de água.

O momento exige consumo consciente de água. Ainda é preciso usar com consciência, ainda é preciso economizar. Aliás, sempre é preciso economizar água, um bem precioso e um dos principais responsáveis pela vida no planeta Terra.

Apesar de tudo, essa chuva foi essencial para encharcar o solo que recebeu as sementes da nova safra, para melhorar a qualidade do ar, para encher um pouco os rios e reservatórios, para regar jardins, praças e gramados.

Chuva que veio para renovar a esperança, assim como a vacinação, que enche os brasileiros de esperança. Mas nem tudo acontece com a rapidez que as pessoas gostariam. Infelizmente não é do dia para a noite que a vacinação vai dar cabo na pandemia. Infelizmente não é uma chuva ou outra que vai normalizar a situação hídrica no Brasil.

Um pouco de informação e outra boa pitada de paciência são necessários nesses dois cenários. Enquanto ampla parte da população não for vacinada, ainda é preciso manter as normas solicitadas pelas autoridades de saúde. E enquanto não chover mais, é preciso ser criterioso no uso da água potável. Nos dois casos, a responsabilidade individual pode fazer a diferença na vida de todos.

Continue Lendo

Copyright © 2017 O Presente