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Editorial

“Caminhãondo” para o caos

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É, meu povo, vocês estão vendo e sentindo na pele o tamanho do estrago que uma greve de caminhoneiros traz ao Brasil. Na quarta-feira (23) e ontem (24), em Marechal Cândido Rondon, assim como em todo o Brasil, teve gente que passou horas e horas nas longas filas que se formaram ao lado dos postos de combustíveis para encher o tanque e garantir alguns dias a mais de rodagem. Nos supermercados, os alimentos começam a faltar e, pior que isso, certamente vão ficar mais caros. O transporte escolar já está limitado, os hospitais trabalham basicamente com urgências e emergências, as cooperativas e empresas do agronegócio pararam o abate de animais, leite está sendo jogado fora porque os caminhões não conseguem chegar até as propriedades, os aeroportos estão ficando sem querosene de aviação. Até a reportagem do Jornal O Presente, com agenda a cumprir ontem, em Pato Bragado e Medianeira, teve dificuldades para completar o trabalho.

A greve dos caminhoneiros começou a gerar maiores transtornos já em seu terceiro dia. No quarto dia não foi diferente. Hoje (25), ainda não se sabe como será. O governo federal e um grupo de caminhoneiros anunciaram na noite de ontem a suspensão, por 15 dias, da paralisação que até então afetava estradas de 22 Estados e do Distrito Federal. Contudo, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), que representa 700 mil caminhoneiros, garante que manterá o movimento. A base montada em Marechal Rondon, ainda na noite de ontem, garantiu ao O Presente que por aqui a greve segue firme e forte.

A justa manifestação é contra o preço do óleo diesel, insumo básico no movimento de cargas e pessoas que teve seu preço elevado pelo governo federal em quase 60% nos últimos dez meses. Sim, 60%. A gasolina e o etanol seguiram a tendência desde que a Petrobras adotou uma nova política de preços, que mais parece política de arrecadação de dinheiro, a partir de julho do ano passado.

Desculpem o lugar comum, mas o Brasil, quando enfrenta este tipo de manifesto, vive um caos. É uma reação em cadeia e aos poucos os impactos atingem a atividade comercial, de serviços… Sem abastecimento, lojas, indústrias e supermercados ficam comprometidas de Norte a Sul do país. Inerte, o Brasil deve começar a viver uma alta nos preços, falta de produtos, guerra nas prateleiras e bombas, se realmente grande parte dos caminhoneiros não aceitar o acordo proposto pelo governo. Duas pautas estratégicas, alimentação e combustíveis, incluindo o gás de cozinha, são as mais preocupantes.

O governo de Michel Temer é injusto com a população brasileira. Diz que a inflação está abaixo da meta, na casa de um dígito, mas o preço do combustível acumula altas estratosféricas, inimagináveis para a inflação que alega ter no país. Roubando o dinheiro do povo na cara dura, na forma de preço. Agora, oferecem migalhas para caminhoneiros e transportadoras para que voltem ao trabalho e estanquem o caos já introduzido. Está assoprando com a boca na ferida que precisaria um furacão para aliviar a dor.

Produtores rurais, empresários e comunidade em geral apoiam a greve dos caminhoneiros na região Oeste. Vários pontos de bloqueio causam transtornos, mas a justificativa é verdadeira, e a população tem que entender e respeitar os protestos, assim como aguentar suas consequências. Até que ponto o governo federal vai massacrar sua população não se sabe, mas alguma coisa precisa ser feita para acabar com a farra desse governo. A população não pode aceitar simplesmente o que um governo corrupto e desleal propõe. É, meu povo…

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