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Editorial

Como explicar o inexplicável?

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Encerramos a semana tristes. Seguimos em luto. Não há como não enlutar-se. Sentimos, lamentamos, choramos a morte das vítimas do atentado ocorrido em Saudades, Santa Catarina, na terça-feira (04).

A pacata cidade de cerca de dez mil habitantes, pertencente à Região Metropolitana de Chapecó, localizada no Oeste catarinense, jamais imaginaria viver um capítulo tão triste em sua história.

Como alguém é capaz de atentar contra a vida de crianças? Contra a vida de cidadãos de bem? São as perguntas que não se calam.

Um episódio fruto da violência que temos por aí, da loucura que observamos em todos os cantos do mundo.

Como explicar o inexplicável?

Uma creche, sempre tão cheia de vida, de alegria, de risos fáceis, de repente se calou. A Aquarela, nome da escola, de repente perdeu o colorido do seu dia a dia. As cores se foram. O horizonte ficou cinza.

Que dia triste! Que semana triste!

Todos que de perto vivenciaram esta situação tão ameaçadora ainda buscam entender o porquê. Não conseguem e não vão conseguir esquecer este ato covarde tão cedo.

Este jovem de 18 anos, que alguém nunca imaginou fazer algo a outro alguém, provocou estragos sem-fim.

Dor, sofrimento, traumas. É o que restou.

As homenagens prestadas às cinco vítimas mortas no ataque – três crianças e duas funcionárias da escola – simbolizam um pouco do que cada uma delas representava na vida de seus familiares e amigos. De agora em diante, serão saudades, apenas, em Saudades.

Pobres, anjos. Com menos de dois aninhos, tinham tudo pela frente. Mal tinham começado a aprender andar, falar. Tinham o beabá da vida a trilhar. As professoras, quanto tinham a ensinar.

É tão triste ver vidas cheias de vida interrompidas.

Infelizmente, na semana das mães, na semana que vamos celebrar o Dia das Mães, uma tragédia como essa nos toca, nos sensibiliza, nos coloca no lugar dessas mães. Possivelmente será o Dia das Mães mais triste de suas vidas. Possivelmente os demais dias das mães serão, da mesma forma, incompletos, vazios, sem a razão do viver delas: os filhos, aqueles que são joias, que dão brilho à vida dos pais.

Que o ocorrido sirva de alerta para que escolas e colégios repensem suas medidas de segurança. Ninguém nunca imagina ser alvo de um atentado, mas o que temos visto cada vez com mais frequência é de que sim, qualquer um pode ser. Essas atitudes não são mais coisas de outros países ou apenas de cidades grandes. Têm ocorrido vez por outra Brasil afora e, inclusive, em cidades pequenas, pacatas.

Lamentavelmente, não há como saber as razões que estão no mais escuro da alma humana.

Oremos, por menos desgraças, por menos encontros com a maldade. Oremos, por mais empatia humana, todos os dias.

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