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Editorial

Não é hora de titubear

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No mês de março, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia, em um momento em que a Covid-19 estava longe de assolar o Oeste do Paraná, o medo do coronavírus era gigantesco. Agora que o vírus está presente e infectando cada vez mais pessoas na região, o medo parece ter diminuído. Justo nesse momento, os cidadãos de várias cidades afrouxaram o cinto. O distanciamento social despencou, as ruas, inclusive de Marechal Cândido Rondon, estão sempre cheias, há pessoas que não estão usando corretamente as máscaras.

Em Toledo e, especialmente, em Cascavel, a situação começa a ficar dramática. A título de comparação em números, a capital do Oeste tem basicamente o mesmo número de infectados e mais mortes que Florianópolis (SC).

Se em algumas cidades brasileiras o pico já passou, por aqui ele está a plenos pulmões. A transmissão comunitária já é realidade em muitos municípios da região. Nos principais hospitais públicos do Oeste, as vagas de internamento em UTIs estão esgotadas ou muito próximo disso. Imagine que a falta de UTI gere uma morte? Seria uma tragédia ampliada. Perder uma vida para a doença é terrível, mas perder uma vida por falta de assistência é desumano. Lideranças já falam que o Oeste é o novo epicentro da doença no Estado.

Muito foi feito até agora para conter o avanço da doença, talvez por isso a região não ostente números ainda piores. As medidas de isolamento e fechamento de parte do comércio foram determinantes, mas com o afrouxamento da quarentena, as pessoas e o vírus começaram a circular mais. Algumas cidades, notadamente Cascavel e Toledo, já se debruçam na ideia de ter que voltar atrás e recomeçar a fechar serviços não essenciais. Se o vírus não der trégua, isso pode, definitivamente, ser uma realidade também em Marechal Cândido Rondon. Paulatinamente a vida no Oeste está voltando ao normal, mas em um momento extremamente delicado, quando a Covid-19 se multiplica por aqui de um dia para o outro.

Por esse cenário assombrado que se desenha, é preciso que a população relembre algumas questões pontuais. Lavar as mãos, de verdade, higienizando de acordo com o que lideranças sanitárias preconizam, é uma atitude que não deve ser esquecida. No início da pandemia, aliás, se dava muito mais importância à higiene das mãos. Sair de casa o mínimo possível é também algo que precisa ser reforçado. Idosos e outros do grupo de risco, fiquem em casa. O álcool gel deve ser companheiro inseparável, assim como as máscaras.

Muito já foi feito até aqui, mas é agora que o Oeste do Paraná tem lutado verdadeiramente contra essa doença, quando ela se instalou na sociedade. A Covid-19 já causou dezenas de mortes e infectou centenas de pessoas na região. Sua escalada assusta, mas também exige que as pessoas sejam ainda mais engajadas nas etiquetas de higiene e no distanciamento. Evitar aglomerações e saídas desnecessárias de casa é também uma forma de enfrentar a doença.

Ninguém falou que a guerra seria fácil e rápida. A sociedade vai passar por isso, mas é preciso que as pessoas tenham o entendimento de que essa guerra ainda está longe do fim. Não dá para parar de lutar no meio do combate. Não é hora de titubear.

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