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Editorial

O primeiro passo efetivo

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A ampliação da Ferroeste, desde o Mato Grosso do Sul até o Porto de Paranaguá, é um sonho antigo da classe econômica brasileira, sobretudo para os produtores de grãos e proteína animal. Antigo e que parece agora dar os primeiros passos mais efetivos para que vire realidade. Paraná e Mato Grosso do Sul apresentaram o projeto da Nova Ferroeste, traçado que vai ligar Maracaju (MS) a Paranaguá (PR), também chamado de Corredor Oeste de Exportação.

O estudo preliminar de demanda e traçado, considerado peça-chave na atração de investidores, especialmente estrangeiros, é fundamental para o projeto ir adiante. De acordo com os estudos, a previsão é de que a obra possa reduzir em até 27% o custo das exportações.

A expectativa é colocar a ferrovia em leilão na Bolsa de Valores até novembro deste ano. Se tudo der certo, esse corredor logístico vai mudar a infraestrutura de toda essa região. Os números são grandiosos. São quase 1,3 mil quilômetros de extensão, mais de 900 municípios impactados no Brasil, Paraguai e Argentina, totalizando cerca de nove milhões de pessoas somente no Brasil.

Uma boa notícia é que a Nova Ferroeste é qualificada como prioritária no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, o que garante ao projeto mais celeridade na articulação com as entidades que emitem as licenças, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), por exemplo. Menos burocracia e mais agilidade.

A produção agropecuária brasileira é uma potência no mundo. O país é o segundo maior exportador de alimentos do planeta, sendo fundamental para a distribuição de comida em todos os cantos do planeta. Com a população mundial crescente, especialistas são unânimes em afirmar que o Brasil será cada vez mais protagonista na segurança alimentar mundial. Ou seja: o Brasil vai produzir cada vez mais. O mundo conta com isso.

Mas além de produzir é preciso escoar essa produção. E nesse quesito, o país é péssimo. Ampla parte da produção chega aos portos por meio de caminhões via estradas – ou ruins ou muito caras com os pedágios. Assim, com essa logística ineficiente, os empresários e produtores perdem competitividade. Reduzindo esses custos, seus produtos vão chegar mais baratos e atrativos no mercado externo.

Usar cada vez mais as linhas férreas e também a malha hidroviária é uma forma inteligente de reduzir os custos. O Brasil precisa avançar no transporte de pessoas e cargas sobre trilhos. É algo que países desenvolvidos fizeram muito bem há muitas décadas ou até séculos atrás.

Paraná e Mato Grosso do Sul deram um importante salto rumo a essa demanda. É preciso agir com mais agressividade, colocar a Nova Ferroeste no pedestal das prioridades, fazer a coisa acontecer. Os produtores desses Estados brasileiros estão cansados de promessas e ilusões. Esse assunto merece extrema atenção, pois pode mudar a realidade da região, ou simplesmente cair mais uma vez no esquecimento.

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