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Editorial

O que resta é rezar

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Esse não é o primeiro e infelizmente não vai ser o último editorial tratando da falta de chuvas que tem assolado o Brasil. As precipitações estão bem abaixo da média nos últimos dois anos. Isso causa não só a falta de água nas torneiras, como tem acontecido em Marechal Cândido Rondon, mas uma série de problemas que vão se tornando uma bola de neve gigantesca.

Obviamente não só o Brasil, mas especialmente nós dependemos das chuvas para muita coisa. O país é um dos que mais produz alimentos no mundo. Logo, precisa chuva para cultivar a terra, para fomentar as plantas, para matar a sede dos animais. Os rios brasileiros e as grandes cachoeiras, até mesmo as Cataratas do Iguaçu, necessitam das chuvas para sobreviver. Sem elas, o turismo também fica ameaçado. E a geração de energia, que depende muito dos reservatórios para acontecer, fica comprometida. Resultado: sobe a conta de luz.

E assim, a água move muitas atividades econômicas. Mas o mais importante é ter água para manter a vida das pessoas.

Para piorar, as previsões meteorológicas não são nada animadoras. O regime de chuvas previsto para os próximos meses deve ficar abaixo da média. O Brasil, que sempre se gabou de ser uma potência hidrográfica, de ter em seu solo talvez a maior bacia de água doce do planeta, está passando sede. Quem diria.

Uma questão importante, discutida por alguns estudiosos e lideranças, mas pouco comum na pauta, é o desperdício de água doce para os oceanos. A cada segundo, milhões de litros de água doce são despejados no mar. A ampla parte desse volume não foi utilizada em seu trajeto desde a nascente. É água potencialmente pura indo para o grande ralo que se chama Oceano Atlântico.

Por que não usar mais adequadamente essa água? Por que deixar a terra seca enquanto a água passa sem escalas até o destino final?

Com um pouco de tecnologia e estudos, boa parte dessa água poderia ser utilizada, reduzindo a escassez severa em algumas regiões e, mais que isso, promovendo a vida, o trabalho e o desenvolvimento.

Enquanto o país não fizer uma gestão mais fina de suas águas, continuaremos a ser o país dos grandes rios, mas que sofre com grandes secas, ou depende demasiadamente das chuvas para seguir em frente, produzir, viver com bem-estar.

Em Marechal Cândido Rondon foi ampliado o rodízio no fornecimento de água às unidades consumidoras. Parece pouco ficar 12 horas sem abastecimento, mas isso gera transtornos enormes para muitas famílias. Coisas simples, como escovar os dentes, pode se tornar uma tarefa desafiadora.

Portanto, nunca é demais pedir, economize água. Use água tratada somente para tarefas essenciais. Reuse a água da máquina de lavar, evite lavar carros e regar jardins. E também nunca é demais rezar. Rezar para que as chuvas voltem a abençoar o Brasil, para que a população possa usufruir desse bem tão valioso chamado água.

Em poucos dias começa o plantio da próxima safra, tão importante para o Oeste do Paraná. É melhor começar a acender as velas, cruzar os dedos e pedir com fé.

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