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Editorial

O velho Oeste

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Antigamente as famílias eram bastante numerosas. Os casais tinham filhos à revelia, sem planejamento familiar, sem muita informação e conhecimento de métodos contraceptivos. Há algumas décadas, também, a expectativa de vida das pessoas era menor. Mesmo assim, os trabalhadores de outrora, na maioria provenientes da roça, chegavam aos 60 anos com a saúde fragilizada, debilitados pela alta carga de esforço e pouco ou nenhum cuidado com a saúde, tampouco o acesso a médicos.

Mas os tempos mudaram. As pessoas estão casando mais tarde, tendo um ou dois filhos, muito por conta do acesso à informação e da independência que a mulher conquistou nas últimas décadas, dividindo os afazeres do lar e da família com o trabalho fora. Hoje, por conta dos avanços da medicina, das novas informações e da conscientização de que uma vida saudável é mais prazerosa e longeva, as pessoas estão vivendo mais. Mais e melhor.

No Oeste do Paraná, órgãos oficiais projetam que em 2030 a população terá idade média de 35 anos. São mais adultos do que crianças e idosos, como era antigamente. Um movimento um tanto quanto natural, já que as famílias encolheram.

Antigamente era enxada, hoje academia ao ar livre, naquele tempo era buscar água no rio com balde, hoje é caminhada em torno do lago, antes era um remédio caseiro para não precisar enfrentar o doutor, hoje é bateria de exames e todos os indicadores de saúde controlados, enquanto em outrora o máximo que se fazia pela própria saúde era não fumar e não beber, hoje é programa de exercícios para evitar doenças. Tudo público, sem que as pessoas tenham que desembolsar algo a mais do que os impostos já dedicados aos governos.

Pelo menos é assim em Marechal Cândido Rondon e nos municípios vizinhos. Onde há uma pessoa querendo adquirir saúde para ter bem-estar (afinal, não basta viver, é preciso viver com qualidade), há algum programa ou equipamento público pronto para servir o cidadão. Nessa região, as pessoas estão envelhecendo com qualidade. As administrações públicas têm feito bons trabalhos para amparar essas pessoas e se adequar à realidade mutante que leva a raça humana a descobrir novas primaveras. As pessoas estão ficando velhas e as pessoas estão atentas a isso.

Os avanços da medicina, o acesso às informações, as agilidades no diagnóstico e no tratamento de doenças com a quarta revolução industrial, as facilidades do dia a dia e até mesmo a própria conscientização mais apurada de que as pessoas precisam ter hábitos saudáveis para que tenham vidas saudáveis estão contribuindo para uma velhice cada vez mais agradável e rica em alegrias, não em remédios e de intermináveis idas ao consultório.

Antigamente as coisas eram mais difíceis. A população está ficando mais velha e mais sábia, ao menos quando o assunto é cuidar da própria saúde. Mas ainda tem muita gente que não usa todos esses benefícios a seu favor, mantendo-se inerte às próprias necessidades. Esses devem ser os novos alvos do Poder Público para, ao máximo possível, universalizar não somente o acesso à saúde, mas o acesso a uma vida saudável.

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