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Editorial

Pior cego é o que não quer enxergar

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Os indícios de intolerância e radicalismo por parte das pessoas estão cada vez mais evidentes nos tempos atuais. Todos os dias temos observado situações neste sentido.

Relatos aqui ou acolá, de parentes, amigos, colegas de trabalho ou conhecidos, ou até posturas de desconhecidos via redes sociais, apontam para situações constrangedoras, amizades destruídas, bate-bocas desnecessários e até outros tipos de “estragos” que este tipo de comportamento, por vezes, ocasiona.

Que o diga um médico de Toledo, que foi às redes sociais relatar sobre a agressão física que sofreu.

Ao alertar e reiterar que o atual cenário da pandemia de Covid-19 é grave, desagradou e acabou sendo agredido com socos e chutes por pessoas conhecidas.

Parece até piada de mau gosto, mas não é.

Há que ponto certas pessoas chegaram?

Ninguém precisa ter opinião igual, mas para que tamanha intolerância e radicalismo?

Precisamos urgentemente de mais tolerância.

Pensemos em quem está precisando de uma vaga em hospital ou por um leito de unidade de terapia intensiva (UTI) e já enfrenta fila de espera, até mesmo para enfermaria.

Pensemos nos familiares angustiados ao ver pessoas queridas precisando do médico que não está lá.

Pensemos nos profissionais de saúde que estão cansados, esgotados… e as filas por atendimento só aumentam.

Pensemos em quem está sentindo na pele as consequências da Covid-19.

Não custa se colocar no lugar do próximo e ter um pouco mais de cuidado com as atitudes, com as palavras.

Solidariedade! Sim, ser solidário – e ter empatia – nesse momento faz toda a diferença.

Não está na hora de acharmos culpados, de acharmos erros, de isso ou aquilo. Está na hora da contrapartida. Da conscientização que não veio como deveria, ao menos por parte da maioria.

O momento mais crítico da pandemia, até agora, exige medidas duras, as quais, infelizmente, atingem todos de alguma maneira.

Elas jamais serão unanimidade. Não foram em 2020, não são agora, em 2021.

É difícil. Assim como está sendo lidar com o colapso do setor de saúde.

Leitos e mais leitos já foram abertos, e a cada dia outros mais são instalados, mas não adianta abrir mais e mais leitos se não houver contrapartida da sociedade. Estão faltando insumos e profissionais para atender tamanha demanda.

As cenas em hospitais e unidades de saúde são impactantes. Em Marechal Cândido Rondon até quem estava de férias foi convocado para voltar ao trabalho no maior hospital da cidade. Esse mesmo hospital tem usado as redes sociais e a imprensa para alertar as pessoas sobre a situação gravíssima atual e sobre a falta de leitos, assim como tem feito a Secretaria Municipal de Saúde ao pedir a colaboração da população. A chefe da pasta, Marciane Specht, não se cansa de falar: “a conscientização e a sensibilização são a única forma que temos para ultrapassar esse momento”.

Mesmo assim, com esse cenário caótico, não é incomum encontrar nas ruas dois tipos de personagens: aquele que diz que tudo é um exagero e aquele sem máscara. Para ambos, o negacionismo, para a sociedade, os reflexos que esse negacionismo traz.

A colaboração das pessoas é essencial neste momento delicado da pandemia. Ficar em casa, não se aglomerar, manter as mãos limpas, usar máscara… Tudo o que se sabe precisa ser empregado de fato.

Não dá para simplesmente fechar os olhos para o que está acontecendo. É preciso cuidar da própria saúde e da saúde das outras pessoas.

Pior cego é o que não quer enxergar.

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