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Editorial

Vacinação ou vacina não

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As vacinas são importantes ferramentas para garantir uma vida livre de algumas doenças. As suas descobertas ajudaram a ampliar substancialmente a vida média das pessoas, melhoraram a qualidade e auxiliaram na erradicação, por muito tempo, de doenças graves, que causavam a morte de muita gente, como a poliomielite, meningite, catapora e febre amarela. Nos anos 70 e 80, as campanhas atingiam em cheio as escolas. Daí o alto grau de assertividade e cobertura que as campanhas de vacinação tiveram. Em pouco tempo, as pessoas não falavam mais das doenças, que “desapareceram” da medicina, mas também do imaginário popular.

Sem falar nelas, as vacinas se tornavam supérfluas. No início deste século, uma onda de notícias colocou dúvidas sobre a eficiência das vacinas. Grupos contra elas espalharam falsas notícias, divulgando possíveis malefícios que esses medicamentos trariam aos seres humanos. Muita gente ficou com medo e parou de receber as doses e deixou de vacinar seus filhos. Abria-se então uma grande brecha para o reaparecimento de doenças consideradas controladas, como a febre amarela. A janela de tempo em que a vacinação não foi levada a sério está cobrando seu preço hoje em dia.

Mesmo diante de tal cenário, a situação não é animadora. As vacinas deixaram de ser aplicadas nas escolas, mas estão disponíveis nos postos de saúde. No entanto, a procura é muito baixa. Nem metade das meninas que tomam a vacina contra o vírus HPV no Brasil volta para tomar a segunda e decisiva dose. Assim, a criança não fica imunizada. Entre meninos, a situação é ainda mais grave. Os pais não estão sendo responsáveis, estão sendo negligentes.

Alguns municípios estão tomando uma atitude rigorosa para que crianças e adolescentes tenham as vacinas em dia. Quem tiver com a carteirinha em atraso pode até perder o direito de estudar. A ideia é exigir que todos os estudantes estejam imunizados com as vacinas disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. A atitude, um tanto quanto polêmica, mostra o temor das autoridades de saúde sobre o tema e a necessidade de revisar a comunicação com a população brasileira sobre a questão vacinal.

Vacinar é um ato de amor a si mesmo e a seus filhos. Manter controladas doenças que antes despreocupavam e agora voltam a ter importância é uma responsabilidade de todos. Melhorar os índices de cobertura depende da conscientização das pessoas e requer uma ação enérgica e massificadora dos governos. Talvez seja preciso repensar o modo de oferta dessas vacinas, conscientizar sobre sua necessidade e segurança, dar informações claras sobre as vantagens de estar com a carteira em dia e os riscos de não estar imunizado.

São gotinhas e picadinhas que salvam vidas, que evitam sofrimentos e sequelas, que impedem surtos de doenças indesejadas. Papais e mamães, esse alerta é para vocês. Não deixem de vacinar seus filhos. Procure seu médico e tire suas dúvidas. Se prevenir é melhor que remediar, não há motivos para que essa prevenção não seja feita.

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