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Editorial

Vamos fazer a nossa parte

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A onda de notícias, ontem (03), sobre a Covid-19, a variante Ômicron e o cenário pós-festas de fim de ano acenderam um alerta no Brasil.

Os casos de Covid-19 causados pela variante Ômicron podem bater recorde no país após as festas de fim de ano e alcançar patamares semelhantes aos registrados pelos países desenvolvidos, declarou o infectologista e pediatra Marcelo Otsuka, membro do Departamento de Infectologia Pediátrica da Sociedade Brasileira de Infectologia.

A nova cepa é dominante em várias nações e está levando à explosão do número de casos de Covid-19. No dia 28 de dezembro, o mundo registrou recorde de infecções desde o início da pandemia, com 1,45 milhão de contaminados em um único dia. A estimativa é que a variante seja a responsável pela maior parte dos casos na Europa.

Um agravante é que a Ômicron pode ser o vírus de mais rápida propagação de toda a história, segundo apontam estudos. Talvez isso explique tamanha contaminação.

Para se ter ideia, ao comparar a Ômicron e o sarampo, um dos vírus mais contagiosos, em um cenário de ausência de vacinação, um caso de sarampo daria origem a mais 15 casos em apenas 12 dias. Já um caso de Ômicron daria origem a 216 casos no mesmo período. A estimativa significa que, em 35 dias, a Ômicron poderia atingir 280 mil pessoas, enquanto o sarampo afetaria 2,7 mil.

Outro agravante é que a baixa testagem no Brasil dificulta a identificação de casos da Ômicron e de antigas ou novas cepas, situação agravada pela confluência dos casos de gripe país afora.

No Paraná, a possível chegada da Ômicron a Curitiba fez os casos ativos de Covid-19 crescerem 90% em sete dias. Ao menos é o que acredita a secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak. A prefeitura trabalha com a possibilidade da variante estar se espalhando e já estar sendo dominante na Capital.

A característica da Ômicron é dor de garganta e rouquidão, sintomas similares à Influenza. Mais uma vez, a complicação para o diagnóstico assertivo.

Em uma semana, o Paraná foi de 38 para 262 casos da gripe Influenza A H3N2. Conforme a Secretaria de Estado da Saúde, a transmissão já é considerada comunitária, ou seja, quando não mais é possível rastrear a origem da contaminação.

A alta nos números bate com a alta procura de prontos-socorros, hospitais e unidades de pronto atendimento em todo o Estado. Não apenas pela H3N2, mas também por outros tipos de síndromes gripais. É um momento atípico, uma vez que este tipo de cenário é mais comum no final do outono e no inverno, e não no verão.

Apesar dos números crescentes, o Estado mantém uma única morte pela H3N2. Já os casos estão por todos os lados, inclusive em municípios do Oeste, como Foz do Iguaçu, São Miguel do Iguaçu, Cascavel, Palotina, Quatro Pontes, Terra Roxa e Toledo.

Se teremos um cenário de caos novamente, em breve, é difícil adivinhar. Acreditamos que dificilmente chegaremos a picos graves como vivemos em março e em junho do ano passado, com superlotação e até falta de leitos de UTI, além de muitas e muitas mortes.

Todavia, diante de tantas notícias e alertas, não custa permanecer vigilante. Já se foram dois anos e seguimos batendo cabeça.

Ainda não é o momento para a redução das barreiras de proteção.

Para combater a contaminação é necessário seguir mantendo os mesmos cuidados adotados desde o começo da pandemia, entre eles o uso de máscara, além de aderir à vacinação.

Qualquer situação no futuro depende do nosso comportamento agora. Vamos fazer a nossa parte.

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