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Editorial

Um mau negócio

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As drogas do prazer escondem-se atrás de nomes bonitinhos.O LSD, um ácido produzido sinteticamente em laboratório, com poderes alucinógenos, é chamado carinhosamente de doce. Já o ecstasy, também sintético e tão nocivo quanto o primeiro, responde pela alcunha de bala. Balas e doces invadiram as baladas mundo afora nos anos 1990 e se popularizaram no início deste século. Hoje,praticamente não há balada que não tenha alguém usando esse tipo de drogas. Aliás, parece até que as drogas são combustíveis essenciais para uma noite que não aconteceria se elas não estivessem ali.

Da língua, doces e balas invadem a corrente sanguínea despejando substâncias altamente psicoativas no indivíduo. O prazer se instala no usuário. Sensações como euforia,aumento da libido, carinho e pertencimento, percepção aguçada de cores, sons e cheiros transbordam em quem usa LSD ou ecstasy. Cada vez mais jovens são atraídos por esta vibe, que viralizou entre adolescentes e jovens de classe média, mas hoje não distingue cor, credo ou posição social.

Para falar sobre drogas é preciso entendê-las. Com informação em abundância hoje, não basta aquele discurso antigo de que drogas fazem mal e é preciso ficar longe delas ou daqueles que as têm. O jovem sabe os efeitos das drogas e muitos se sentem atraídos, e isso precisa estar claro também para os pais e autoridades de fiscalização e saúde, mas muitas vezes esse jovem desconhece seus riscos, suas consequências e os possíveis danos irreversíveis que esse tipo de droga pode causar no usuário. Se conhece, ignora.

Por outro lado, a droga está onde o jovem está. Por isso é extremamente importante não criminalizar a droga ou seus usuários, mas fazer o indivíduo entender que mesmo ela estando à disposição, trata-se de um mal negócio. Trocando em miúdos, é preciso ensinar o jovem a recusar as drogas. É preciso ensinar o jovem a defender-se das drogas. Só a franqueza é capaz de ensinar de fato.

As drogas sintéticas já fazem parte do cotidiano desse público. Muitos nem as consideram nocivas. Em alguns lares, até mesmo ela começa a ser tratada com alarmante neutralidade e naturalidade, aturada, como se já fizesse parte da vida social dessas pessoas. Isso inclui alguns pais e “responsáveis”, que parecem desdenhar dos efeitos nocivos cientificamente comprovados que elas causam.

As drogas causam prejuízos à saúde de quem usa, alimentam o tráfico e o crime organizado, causam danos sociais incomensuráveis, prejuízos à saúde pública, acidentes, fatalidades, mortes. Atrás de efeitos tidos como atrativos escondem-se a dor e o sofrimento de pessoas, de famílias, da sociedade brasileira e mundial. O combate a elas é ininterrupto. Essa guerra nunca vai acabar, mas a sociedade precisa entendê-la melhor para poder lutar contra ela.

O alvo agora são as crianças, que precisam formar uma opinião sólida e robusta sobre o assunto para quando lá na frente se depararem com as drogas camufladas em doces e balas. Nesse contexto, a família tem decisiva importância. A sociedade precisa criar pessoas que não tenham medo das drogas, apenas as recusem por saber o mal que fazem.

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