Arno Kunzler
Algumas sugestões
Nossa maravilhosa Costa Oeste há muito tempo sonha com turismo.
Prefeitos bem-intencionados gastaram volumosos recursos para ter campings e prainhas, como são denominadas.
Com a água do lago constantemente suja e mais recentemente com a oscilação do nível, as prainhas se tornaram praticamente inapropriadas para o lazer. Isso é fato. Basta olhar para o número de banhistas durante as tardes de calor.
Não justifica investir mais em prainhas e os campings são utilizados somente em pequenos períodos durante o ano, gerando enormes prejuízos para os municípios.
No entanto, são locais bonitos e atraentes, porém, sem atrativos.
Os investimentos necessários para transformar esses locais em excelentes atrativos dependem de negociações e convênios com a Itaipu.
Talvez por isso e pelas complicações ambientais ninguém tentou – e se tentou não teve êxito – outras formas de exploração.
Uma delas e bem importante é arrumar os atracadouros e construir píeres.
Para fazer uma atração turística de lazer é preciso investir em ambiente e facilitar o acesso.
Os acessos são ruins em praticamente todas as prainhas, o que dificulta o trabalho de quem atua no ramo e diminui o interesse de quem usa os acessos públicos por sua conta.
É preciso investir, facilitar as coisas para o turista, construir locais onde as lanchas podem ficar estacionadas para carregar e descarregar pessoas.
Hoje na maioria delas não há. Para deixar uma pessoa no barranco é preciso tirar as lanchas da água.
Todavia, o que mais faltam nesses locais são piscinões com tobogãs e boa infraestrutura para atender as famílias com crianças.
Se a água do lago não serve para banho, os piscinões particulares em toda região estão lotados durante todo o verão.
Isso é o que atrai as famílias e faz com que a iniciativa privada faça o resto.
Bons restaurantes e lanchonetes, pousadas e casas de campo para dar suporte a quem deseja passar lá um dia ou uma semana.
Criar programas de incentivo para construção de hotéis e desenvolvimento de infraestrutura para pesca de lazer.
Serviços de locação e orientação para prática de esportes aquáticos também são uma boa iniciativa.
Trilhas na reserva florestal para os que se animam a percorrer a mata. Em Porto Mendes já havia inclusive.
Bons acessos onde ainda não tem – Porto Mendes depois de décadas está bem servida com rodovias bem conservadas.
Depois da oferta desses serviços, profissionalizar a comercialização para que pessoas de longe possam conhecer e comprar com todas as facilidades do mundo moderno.
E, finalmente, desenvolver um pacote para divulgação de toda Costa Oeste, o que se torna infinitamente mais barato do que fazer isso individualmente.
Aproveitar o momento que o Governo do Estado está com os olhos voltados para o desenvolvimento do turismo regional.
Existem recursos, incentivos, vontade política e o desejo de muitas pessoas de toda região em transformar nosso potencial em produtos turísticos.
Isso é possível, mas é preciso acreditar e investir.
E não investir aleatoriamente, fazer coisas isoladamente. O turismo não funciona assim. O turismo é algo para longo prazo e muitas coisas precisam ser feitas ao mesmo tempo para torná-lo atraente.
Neste momento, o mais importante é não desistir.
Precisamos criar outras alternativas para as cidades costeiras e elas estão no turismo.
Arno Kunzler é jornalista e diretor do Jornal O Presente e da Editora Amigos da Natureza
arno@opresente.com.br