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Arno Kunzler

Bolsonaro paz e amor

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O discurso e os pronunciamentos de Bolsonaro no último domingo (25), na Avenida Paulista, onde reuniu em torno de 750 mil seguidores, segundo a Polícia Militar paulista, e 185 mil, conforme levantamento da USP, mostram um Bolsonaro diferente.

Com receio de ser preso nos próximos meses e com a quase certeza das suas pretensões políticas impedidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o líder procura não dispersar sua tropa de choque e passar uma imagem diferente da que viveu como presidente.

Bolsonaro mudou o tom do discurso.

Mostrou força política e uma imensa capacidade de mobilização que pode ser muito útil nas eleições deste ano, projetando nomes para a disputa presidencial em 2026, caso de fato não possa ser candidato à Presidência da República.

Bolsonaro pode escolher quem quiser apoiar. O mais próximo e o projeto mais viável parece ser o nome do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, mas tem Romeu Zema e Ratinho Junior correndo por fora.

Tudo leva a crer que Bolsonaro vai tentar emplacar sua esposa Michelle, talvez até para despistar do assédio dos demais neste momento, mas a ideia não encontra respaldo em vários e importantes players do quadro político aliado.

É certo que nenhum desses nomes logrará êxito sozinho, sem o apoio do ex-presidente.

Ninguém, nem o PT e nem Lula, tem capacidade para mobilizar multidões como Bolsonaro, algo que impressiona e provavelmente causa pânico nos seus adversários.

Domingo pode ter sido apenas uma manifestação, para a maioria das pessoas um ato para se defender de eventuais ações do STF, mas, no fundo, Bolsonaro quis mostrar para seus aliados que não pode ser ignorado.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

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