Arno Kunzler
Relação conflituosa
O ser humano vive semeando conflitos.
Vivemos intrigados, hora com os governos, hora com os juízes e promotores, hora com os professores e as instituições escolares, hora com as associações que representam os diferentes segmentos sociais, hora com os vizinhos, hora com os nossos próprios familiares.
Todos os dias, talvez e a cada minuto, por falta de compreensão de algum ser humano, algo no planeta está sendo destruído ou maltratado.
Nossa relação é conflituosa com tudo e com todos.
Os ricos têm medo da organização social dos pobres, os brancos têm medo da organização social dos negros, dos índios e muitos brancos ou não têm medo até das organizações religiosas.
Um medo que faz as pessoas externarem opiniões críticas, muitas vezes agressivas e quase sempre injustas.
Tanto assim que os governos gastam bilhões de dólares anualmente para manter os tribunais, unicamente para resolver conflitos entre pessoas, organizações e negócios.
E parece que tem pessoas especialistas em criar conflitos e estimular o ódio entre os que deveriam e gostariam de conviver em paz.
E aí parece inútil acreditar que com educação o ser humano vai melhorar.
É da natureza humana destruir o que é bonito e o que funciona bem.
Parece inveja que move uma boa parte da sociedade em busca de sua satisfação.
A disputa por espaço no planeta, por riquezas que jamais serão desfrutadas, torna-se cada dia mais impiedosa.
Claro, não seríamos o que somos, não teríamos o que temos, não fossem os críticos, os críticos coerentes.
Mas, convenhamos, a saúde das pessoas depende de paz e bom senso, de pessoas que sabem dialogar e compreender o outro.
Não podemos continuar caminhando para um abismo social, despreocupados com o ser humano e a saúde do planeta.
Pensemos nisso.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul