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“Cabe, sim, um terceiro shopping em Cascavel. O Catuaí é bem-vindo”

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Ao mesmo tempo em que acena para o concorrente, Jota Felix confirma o 3º shopping da cidade embalado em complexo imobiliário na região do Centro Cívico

O ano era 2015. A família Felix, da construtora, fez um risco no mapa: ao Sul de Cascavel, a segunda geração da família daria conta da expansão da empresa. Ao Norte da cidade-sede da empresa, o patriarca João. Aquele momento também dava nova redação ao contrato social da JL. Os irmãos do João, até então sócios, partiram para voo solo, e o fundador efetivava sua prole na direção da operação: Jota, Patrícia, Jonathan e Renata.

Os filhos foram designados ao longo do vasto repertório de negócios da construtora, que inclui hotelaria, shopping, marinas, incorporação e construção civil, entre outras. Coube ao engenheiro civil Jota Felix coordenar a expansão no mercado imobiliário. Ao que se desprende do Ranking Intec 2023, os manos mandaram bem: a JL, de DNA genuinamente cascavelense, está no top 3 das maiores construtoras do país, faturando mais de meio bilhão de reais e gerando três mil postos de trabalho.

Discreto e avesso à ostentação, Jota, 35 anos, participou de duas horas de bate-papo com o publicitário Eduardo Serralheiro, o “Passarinho”, no podcast “Fala Bird”. Se referindo ao patriarca como “João”, Jota se inspirou no pai até no número de filhos: quatro, todos nascidos nos Estados Unidos.

Na conversa, Jota disse que somente Miami o faria mudar de Cascavel, confirmou o empreendimento que abriga o terceiro shopping da cidade e – por combustão espontânea, sem ser provocado – cravou a frase: “Nunca trabalhamos contra. O Catuaí é bem-vindo”.

Por fim, o executivo lança luzes em um dos maiores negócios da década, fechado na região Norte de Cascavel com a família Bresolin. Acompanhe:

FAMÍLIA

Trato o pai como João. Convivo com meu pai mais dentro da empresa do que fora. Sem diminuir a ligação pai e filho, nossa relação é mais empresarial. Mesmo fora da empresa, se passamos algumas horas juntos, a conversa acaba vindo para os negócios. Meus filhos têm 5, 4, 1 ano e agora temos outro de dois meses, quatro meninos. Meu trabalho mais importante hoje é o de pai. Não pode haver papel mais gratificante para um ser humano que cuidar das próximas gerações. Soma-se a isso minha esposa presente e dedicada, com quem procuro aprender e me desenvolver como pai.

A EMPRESA

A JL está prestes a completar 40 anos. Hoje temos três mil funcionários e projetos em diversas cidades e regiões do Brasil: Cascavel, Curitiba, Florianópolis, Joinville, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Vitória, Tubarão, Angra dos Reis, Foz do Iguaçu, Medianeira, Goiania, Macapá… enfim, espero não ter esquecido ninguém. Os empreendimentos somados chegam a R$ 2 bilhões, deste montante, 50% em Cascavel.

RISCO NO MAPA

Até 2015 a JL era composta pelo João e dois irmãos. Os tios entenderam que deveriam seguir carreira solo em seus empreendimentos. A partir deste momento, eu e meus irmãos tomamos posições estratégicas dentro da empresa. Não era algo estranho para nós, todos começamos muito cedo. Eu tenho 35 anos, mas comecei aos 16. Ao longo do tempo diversificamos o negócio, construtora, incorporadora, administradora
de shopping, hotéis e marinas. Trabalho não falta, oportunidade para quem quer ascender tem. Então, dividimos atribuições: ao Norte o João, ao Sul nós.

HERDEIRO I

Desde muito novo estudei as empresas familiares. Ouvi muito isso de “nascido em berço de ouro”, de “vida ganha”… nunca pensei assim. Estudando entendi que 80% das empresas familiares deixam de existir da primeira para segunda geração, na passagem do bastão. É um desafio fazer a empresa crescer ao longo de uma geração, mas a continuidade é tão desafiante quanto ou mais. No início temos poucos funcionários e baixo faturamento, então a margem de manobra para erro é maior. Quando empresa emprega três mil funcionários, com vários empreendimentos simultâneos movimentando R$ 550 milhões, a margem para errar é muito menor.

HERDEIRO II

Estudando a história da humanidade, verificamos que em algumas sociedades o filho do rei herdava o trono. Muitas vezes isso se mostrou um grande erro, travando a humanidade em determinados momentos históricos em razão disso. Aqui na JL não é por ser da família que tem direito a cargo. Ou tá preparado ou trazemos alguém de fora. Eu e meu irmão Jonathan, com cinco e sete anos de idade, já vendíamos figurinhas que nós mesmos produzíamos no prédio em que morávamos. Isso do mundo dos negócios já estava em nosso perfil desde a infância.

TRAJETÓRIA

Em paralelo à minha carreira na JL, fui sócio do Madero, franqueado de marcas como a 5àSec Adidas, Hering. Montamos a JL Invest quando havia apenas quatro CPFS de Cascavel na Bolsa de Valores, o meu, do Jonathan, do Eduardo que trabalhava com gente e do nosso único cliente. Esse período trouxe muito conhecimento, me formei engenheiro civil, fiz MBA na Getulio Vargas e na Califórnia. Depos cursei um pós-MBA com módulo em Harvard. Enfim, tudo somou para me preparar a ponto de assumir os desafios na JL.

UMA BOCA, 2 OUVIDOS

Aprendemos, os irmãos, cada um atuar na sua área de conhecimento, agregar em áreas distintas, com perfis distintos, ouvir opiniões diferentes. Lançamos um empreendimento em Foz do Iguaçu, em dezembro último. Antes realizamos uma reunião com corretores. Um deles disse: projeto legal, boa localização, bonito, mas vocês vão errar se não fizer três suítes. Ouvindo atentamente os argumentos dele, alteramos o projeto dias antes do lançamento, fator que se revelou um grande acerto. Já houve encontros assim com corretores que determinaram a eliminação de um projeto inteiro, pois ficou configurada a inviabilidade do emprendimento naquele momento.

MERCADO INUNDADO

Para lançar algo é preciso pensar no máximo de geração de valor para o consumidor final, para quem vai morar. Não irei gerar valor se inundar o mercado com o mesmo produto. O objetivo final é o morador o valor patrimonial da família dele. Não se pode ofender a regra da oferta e da procura. Jamais vamos lançar produtos iguais no mesmo mercado e no mesmo período de tempo. Até porque estaria concorrendo comigo mesmo, não faz sentido.

“O momento mais difícil foi lá na década de 1990, quando deu uma quebradeira no setor, arrastando inclusive a maior construtora do Brasil, a Encol. O João conta que havia 300 apartamentos fechados no estoque, sem comprador, e gente pedindo o dinheiro de volta, desfazendo negócio”.

QUEBRADEIRA GERAL

O momento mais difícil foi lá na década de 1990, quando deu uma quebradeira no setor, arrastando inclusive a maior construtora do Brasil, a Encol. O João conta que havia 300 apartamentos fechados no estoque, sem comprador, e gente pedindo o dinheiro de volta, desfazendo negócio. Eu não tinha nem nascido ainda. No resumo, a Encol trouxe a Regina Duarte no lançamento de um prédio em Cascavel, não concluiu. Coube à JL concluir o edifício e entregar aos compradores. Naquele período, entre as construtoras maiores daqui, só sobrou a gente, as demais faliram.

QUEBRADEIRA GERAL II

Ficaram as lições. A crise que arrastou a Encol e outras grandes e médias empresas da construção foi a grande virada de mesa para a JL. Partimos para a diversificação na prestação de serviços e passamos a construir tribunais, hospitais, escolas, câmaras de vereadores, pontes, viadutos, aeroportos. Só não fizemos ainda plataforma de petróleo no pré-sal, mas isso por enquanto…

CONCORRÊNCIA

Não se constrói reputação do dia para a noite. Temos muitas construtoras boas em Cascavel, pessoal fazendo coisa boa mesmo. Vejo isso com bons olhos, a concorrência faz a gente evoluir. Esses dias um cliente disse: – fui procurar imóvel da JL para comprar, não tinha nada disponível. Temos o reconhecimento do mercado, a confiança. Se tem alguém queimando produto nosso, vamos lá recomprarmos.

“O resultado das eleições presidenciais do ano passado foi um balde de água fria para a região. Porém, quem vive do mercado imobiliário, vive sempre do futuro. Não é questão de ver a foto do momento. Tem que ver o filme ao longo de dez anos”.

CASCAVEL, ONDE FICA?

A JL pegou uma obra parada e concluiu o shopping em Cascavel. Estava tudo abandonado. Não conhecíamos o setor. Construir não é difícil. O desafio é formatar, administrar, trazer o lojista. Aprendemos, concluímos. Não havia uma cultura de shopping na cidade. Segundo meu pai, as pessoas faziam pão em casa para não gastar na padaria. Depois Cascavel cresceu no aspecto cultural, populacional e econômico. Mas não foi fácil convencer as redes âncora, das grandes marcas, sediadas no Rio, São Paulo e Minas. Para locar o shopping de Foz eles até conheciam, mas diziam: um shopping ao lado do Paraguai? Não faz sentido! Já para Cascavel eles diziam: onde é essa cidade, existe esse lugar?

CENÁRIO POLÍTICO I

O resultado das eleições presidenciais do ano passado foi um balde de água fria para a região. Porém, quem vive do mercado imobiliário, vive sempre do futuro. Não é questão de ver a foto do momento. Tem que ver o filme ao longo de dez anos. Aprendemos a remar contra a correnteza.

O João vendeu as marinas de Boa Vista antes de ter água lá, concluiu obras inconclusas como a da Encol, terminou e formatou o shopping em Cascavel e Foz. Engenheiro tem que resolver problemas. O João é de enfrentar desafios, acreditar quando ninguém mais acredita. A diferença não está nas melhores ideias e projetos, está na coragem de fazer.

CENÁRIO POLÍTICO II

A fotografia é ruim no cenário político atual, mas tem que ver o filme no contexto 2023 a 2033, no cenário de uma década. Nunca vi ninguém perder dinheiro no mercado imobiliário no período de 10 anos, desde que a operação atenda princípios básicos. Compre ao som dos canhões e venda ao som das trombetas. Hoje o barulho vem dos canhões, até no sentido literal da guerra no cenário internacional. Então, é hora de comprar. Em algum momento vamos eleger melhores líderes políticos.

CENÁRIO POLÍTICO III

Respeito todas as opiniões, não tem consenso nem dentro da família sobre isso. Acredito em conceitos liberais, onde quem gera riqueza não é o estado. O Estado é sustentado por quem trabalha e pelos empreendedores. Para distribuir riqueza, primeiro é preciso gerá-la. Havendo riqueza pode-se tributá-la e abrir oportunidades para quem precisa dela. O Estado indutor da riqueza, gerador da riqueza, não deu certo em lugar nenhum.

SEM TRAGÉDIA

Há incerteza no mercado, expectativa de tragédia política, mas não vai
acontecer isso. O parasita precisa de um hospedeiro. Se você tem uma lombriga, o parasita precisa que você esteja vivo. Parasita não tem interesse em matar o hospedeiro. Expectativa é ruim, mas a realidade vai ser melhor. Não podemos olhar só para nós mesmos ou só para a minha cidade. Vivemos em um mundo globalizado, e o cenário internacional e seus principais líderes estão bastante alinhados com quem está no poder hoje no Brasil. Estou apontando pontos positivos no caos, e eles existem. Isso traça
um cenário um pouco melhor.

“Vivemos em um mundo globalizado, e o cenário internacional e seus principais líderes estão bastante alinhados com quem está no poder hoje no Brasil. Estou apontando pontos positivos no caos, e eles existem. Isso traça um cenário um pouco melhor”.

MARINA EM FLORIPA

O João passava alguns dias de férias em Angra dos Reis lá no meio da década de 1990, apaixonado que é pela área náutica. Fez casa lá, comprou um barco. Onde era férias, virou negócio. Comprou a marina e adquiriu o know how. Mais recentemente, surgiu a oportunidade de uma parceria público-privada com a Prefeitura de Florianópolis. E a JL irá administrar a marina em um projeto muito audacioso, inspirado em Dubai e Miami, com parques lineares margeando o oceano.

ESTOQUE ALTO

Recebemos oferta de projetos e de terrenos todo dia. Porém, em Cascavel, temos um banco de terrenos relevante para atender um horizonte de dez anos. Isso não quer dizer que não aproveitaremos boas oportunidades. Veja o caso da parceria com o Tuiuiti, uma área ao lado do Marista. A gente não precisava de mais imóvel no estoque naquela ocasião, mas ou comprava ou deixar passar a oportunidade.

MUDA O LAYOUT

Todo empreendedor tem um chefe, o mercado, ele determina as regras do jogo. Eu não faço pra mim, faço para atender ao público-alvo, o mercado. Percebemos que o nosso chefe não estava mais entusiasmado com o que vinhamos fazendo. Há uma expectativa muito alta quando se fala em JL, isso desafia a marca, não tenho margem de erro e os projetos estavam deixando a desejar. Decidimos repaginar tudo, repensar tudo, projetos diferentes com arquiteturas mais modernas. Arquiteto não trabalha sozinho, não é só dele, é feito a quatro mãos, tem que agregar conhecimento de mercado.

ERROS E ACERTOS

Reconhecemos o erro de conduzir a parte comercial com equipe própria. Escolher algumas imobiliárias também foi erro. Tenho que trabalhar com todo mundo, engajar todos os corretores, trazê-los para entender meu produto, valorizar o corretor de imóvel. Foi a grande virada de Cascavel e da JL. Com protagonismo para todos, o mercado ficou mais saudável. Digo aos amigos incorporadores: quer incorporar, traga o corretor como parceiro. Nunca vendemos tanto apartamento como nos últimos 30 dias, apesar do cenário político ruim, da soja caindo, do juro alto; é resultado da parceria de sucesso com os corretores da cidade.

FORÇA DA CIDADE

Converse com qualquer pessoa que comprou imóvel em Cascavel e pergunte se perdeu dinheiro. Alguns mais outros menos, todos ganharam. Até quem comprou errado ganhou dinheiro. É um mercado maravilhoso, cidade abençoada. A JL atua em todo o Brasil, comparando com Cascavel, não tem para ninguém. Se fosse para escolher cidade alternativa, somente Miami. Só não deixei o Brasil ainda porque moro em Cascavel. Veja a força e o talento dos empreendedores daqui, empresários cascavelenses liderandos vários segmentos econômicos em âmbito nacional.

FORÇA DO IMÓVEL

Em cidade que cresce, como Cascavel, imóvel é moeda forte. Quando o juro baixa e a economia acelera, valoriza rápido. Economia acelerada faz sentido comprar. Quando desacelera, cenário político incerto, vem o medo. Medo compra imóvel, protege e blinda o patrimônio ao longo do tempo.

“Converse com qualquer pessoa que comprou imóvel em Cascavel e pergunte se perdeu dinheiro. Alguns mais outros menos, todos ganharam. Até quem comprou errado ganhou dinheiro. É um mercado maravilhoso, cidade abençoada”.

MULTIPLEX I

Neste contexto faz todo sentido lançar o Multiplex (NR – na área de 13 mil metros quadrados entre a Avenida Assunção e Tancredo Neves). O empreendimento terá várias operações: shopping, cinco mil vagas de estacionamento, uma torre corporativa para centro médico e outra residencial para locação. A pergunta é: daqui dez anos Cascavel estará igual, menor ou maior? É consenso que estará muito maior. Vivemos em uma ilha de prosperidade. Não estamos nem olhando o mercado futuro, o Multiplex vem para atender uma demanda que já existe. Não precisa acontecer nada, não precisa nem Cascavel crescer, já tem demanda para um novo shopping e por um centro médico organizado.

MULTIPLEX II

O empreendimento vem em uma região subatendida, com torre dedicada a um centro médico em frente ao Gênesis, hospital já com área para ampliação e que irá crescer pela versatilidade de seus jovens diretores, gerando sinergia com o Multiplex. Trata-se de um complexo disponível somente nas metrópoles brasileiras com um diferencial importante: terá um dono, não vendemos nada, salas no shopping, apartamentos para Airbnb, torres, tudo será administradora por um CNPJ altamente especializado para pensar estrategicamente o todo.

FAZENDA URBANA I

As conversas com a família Bresolin vem lá de trás, ainda com o senhor Hylo Bresolin (in memorian). Eles conversaram com João para negociar a área de 18 alqueires na região Norte de Cascavel, mas nunca chegaram ao consenso. Então os herdeiros iniciaram um processo de concorrência, chamaram mais de 70 loteadoras do Brasil inteiro.

FAZENDA URBANA II

Eu estava nos Estados Unidos quando davam a entender que queriam vender a área, então informei não ter interesse. De volta ao Brasil, eles passaram a falar em permuta. Opa, agora tenho interesse. Elaboramos e entregamos uma proposta a toque de caixa, construímos uma apresentação e vencemos a concorrência. São mais de 70 mil habitantes na região Norte de Cascavel. Nossa proposta de um bairro diferenciado ali vai valorizar a região. Tudo o que fazemos traz inovação, estamos desenvolvendo um projeto excepcional, logo teremos novidades.

CATUAÍ I

Cabe, sim, um terceiro shopping em Cascavel e o faremos. O JL está pequeno para a dimensão da cidade. O Catuaí retomou as obras, não tenho dúvida que será sucesso. Tá caindo de maduro. É dizer: vou fazer um shopping ali (na região do Lago). É óbvio, todo mundo sabe que vai ficar bom, tem que se esforçar muito para dar errado. Falaram que
trabalhamos contra o Catuaí. Isso nunca aconteceu.

CATUAÍ II

Não somos donos do shopping JL para ter conflito de interesse. Pelo contrário, o Catuaí traz novos negócios para a construtora JL que vai se alavancar em cima do Catuaí. Tanto assim que eu tinha contrato com o Catuaí quando era franqueado da Hering, eu seria lojista lá. São detalhes que as pessoas desconhecem. Catuai é muito bem-vindo, quem vier investir tem que ser recebido de braços abertos, pois gera desenvolvimento e negócios para todos. Sim, fizemos proposta para assumir o Catuaí e concluí-lo, mas dentro da sociedade deles a negociação não prosperou.

“É óbvio, todo mundo sabe que (o Catuaí) vai ficar bom, tem que se esforçar muito para dar errado. Falaram que trabalhamos contra, isso nunca aconteceu”

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Seu cérebro foi invadido

Invasores de mentes rasas almejam uma tríade que se retroalimenta: likes que serão transformados em votos; votos convertidos em poder; poder que trará dinheiro

Invadir, segundo o dicionário: penetrar num determinado lugar e ocupá-lo pela força; apoderar-se, tomar, ocupar um lugar de forma abusiva.

Quando o MST invade uma área rural, a sede do Incra ou reflorestamento da Suzano, ocupa um espaço de forma violenta e abusiva. Quando “patriotas” invadem prédios públicos, quebram, saqueiam e vandalizam, ocupam um espaço de forma violenta e abusiva.

Quem passa pano para o MST, perde autoridade moral para criticar os vândalos da Praça dos Três Poderes. Quem relativiza o vandalismo no Planalto, perde autoridade de apontar o dedo para o MST.

A política envenenada, radicalizada, invade mesmo: invade templos, quartéis, escolas, universidades, mentes…

A invasão mais perigosa, e que antecede as demais, é aquela que entra pelo cérebro. Cérebros invadidos pelos “ismos”: stalinismo, nazifascismo, maoismo, terraplanismo, marxismo, idolatrismo, negacionismo, direitismo, esquerdismo…

Para o “ismo” entrar é preciso que existam janelas abertas para a alma e a mente. As janelas são invadidas por conteúdos contaminados da rede social ou do aplicativo de mensagens, conteúdos produzidos na escuridão da esgotofera da internet.

A desinformação vem embalada em vídeos, áudios toscos, montagens maliciosas. Os valentões da internet, propagadores do caos, conhecem a técnica que faz abrir janelas da mente. O medo é uma das armas mais eficazes.

Por sofisticadas ou toscas técnicas de manipulação, os invasores de mentes rasas ambicionam uma tríade que se retroalimenta: 1) likes que serão transformados em votos; 2) votos convertidos em poder; e 3) poder que trará dinheiro.

Não permita a invasão de sua mente por essa gente. Feche as janelas cerebrais para os invasores com algumas atitudes simples:

l Blinde sua mente da doutrinação: comece por não cultivar amor ou ódio por político;

l Saia de grupos tóxicos do WhatsApp e similares;

l Bloqueie e deixe de seguir doutrinadores e militantes virtuais adoecidos na política e não passe para frente mensagens de ódio ou idolatria.

Impedindo a invasão de sua mente, você vai se sentir melhor e ainda desmonetiza o esquema de manipulação da tríade “+ like + poder + dinheiro” – prestando relevante serviço para sua saúde mental e para a sociedade. Tente, não vai doer nada.

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Maria Venâncio, 107 anos

Com 107 anos completados no dia 3 de março passado, a dona de casa Maria Venâncio da Silva é a pessoa mais idosa da região Oeste do Paraná. Única filha de três irmãos, a supercentenária possui quase 212 descendentes diretos e indiretos, entre 14 filhos (mais três adotivos), 47 netos, 105 bisnetos, 44 trinetos e um tataraneto em gestação. A marca da disposição é uma de suas características: gosta de fazer polenta, tomar café e viajar.

l Nascida na cidade de Itabapoana, Rio de Janeiro, dona Maria reside em Assis Chateaubriand desde os anos 60, quando a população do município alcançava os 130 mil habitantes – era uma das cidades de maior produção de café do Estado. Agora, aposentada, acaba de ser homenageada pela Câmara de Vereadores de Assis, presidida por Franciane Micheletto, esposa do deputado estadual Marcel Micheletto.

Por Jairo Eduardo. Ele é jornalista, editor do Pitoco e assina essa coluna semanalmente no Jornal O Presente

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