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Política Eleições 2022

“Queremos despertar o Oeste do Paraná para dizer basta”, diz Olavo Santos

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Pré-candidato a deputado estadual pelo Podemos de Cascavel, empresário Olavo Santos (Foto: Maria Cristina Kunzler/OP)

Pré-candidato a deputado estadual pelo Podemos de Cascavel defende o voto consciente e regional, pois, segundo ele, há muitos políticos que recebem votos na região e não dão retorno aos municípios com a destinação de investimentos

O corretor de imóveis Olavo Santos (Podemos) reside em Cascavel desde 1997, onde foi vereador no mandato 2017/2020. No entanto, ele também tem um pé em Marechal Cândido Rondon.

Aos 11 anos, conseguiu seu primeiro emprego fixo em uma livraria rondonense, município no qual permaneceu por mais de 20 anos. Dois anos mais tarde, ingressou na Farmácia Minerva. Olavo seguiu por este ramo e, algum tempo depois, adquiriu sua própria farmácia em Marechal Rondon e abriu outra em Cascavel.

Agora, seu projeto está ainda mais voltado ao meio político. Ele é pré-candidato a deputado estadual. Em visita ao O Presente, o empresário falou da decisão em tentar uma cadeira à Assembleia Legislativa, comentou sobre a saída do ex-juiz Sergio Moro (hoje no União Brasil) do Podemos e frisou que seu partido deve estar com o governador Ratinho Junior (PSD) nas eleições. Confira.

O Presente (OP): O senhor decidiu colocar o seu nome à disposição como pré-candidato a deputado estadual. Já havia se envolvido na política antes?
Olavo Santos (OS):
Já. Eu fui candidato a vereador em Marechal Cândido Rondon e depois fui eleito vereador em Cascavel. No período de 2017 a 2020 exerci o mandato e agora aceitei o convite, ou essa convocação, do Podemos para estarmos como pré-candidato a deputado estadual pela região Oeste.

OP: O senhor chegou a disputar a reeleição como vereador de Cascavel?
OS:
Disputei, mas não logrei êxito e fiquei na suplência.

OP: O projeto de pré-candidatura a deputado estadual é maior em comparação a vereador, por exemplo. Por que abraçar um projeto desta envergadura?
OS:
Pela estrutura que partido tem nos oportunizado e porque chegou um momento de literalmente dizer assim: nessa eleição eu realmente aceito ir para a disputa. Agora eu também estou com a faca nos dentes para desafiar os poderosos da política do Paraná; para desafiar aqueles que vêm usar as nossas lideranças, especialmente aqui no Oeste, fazem votos, levam os sufrágios e depois não nos devolvem nada em assistência naquilo que precisamos e que é de direito nosso. Concentram os investimentos nas regiões Norte e Região Metropolitana de Curitiba e o Oeste não recebe aquilo que é de direito. Queremos despertar o Oeste do Paraná, despertar o Paraná, para dizer basta. É preciso ter o voto consciente e regional.

OP: O senhor acha que a região ficou prejudicada, especialmente nas últimas eleições, quando muitos nomes de fora receberam votos e políticos daqui não foram eleitos ou reeleitos?
OS:
São duas situações. Sim, respondendo primeiramente, ficou prejudicado, porque houve aquela onda. Cada eleição tem suas particularidades. Em Marechal Cândido Rondon, por exemplo, houve candidatos que fizeram três mil votos e nunca pisaram aqui e nem retribuíram estes votos. Então quem perdeu com isso foi o próprio município. E tivemos uma fragilidade no decorrer do tempo das nossas lideranças que estavam na Assembleia Legislativa, onde parece-me que houve um enfraquecimento, apatia, falta de coragem e determinação para o enfrentamento, para o diálogo ou capacidade de articulação para fazer com que retorne à nossa região aquilo que é de direito. Precisamos também ter uma clareza muito grande de estar na política e aqui eu vi que precisamos de novos desafios, ou novas pessoas, por isso dessa renovação, para combatermos aquilo que chamo de corrupção de pauta. O que é corrupção de pauta? Um grande exemplo é a questão do pedágio, em que muitos, ou por terem um alinhamento com determinado grupo político ou segmento, preferiram fazer uma encenação e não se posicionaram adequadamente como deveriam, jogando para frente essa decisão. Estamos à mercê de ter uma rodovia de Cascavel a Toledo e de Toledo a Marechal Rondon, já duplicada, tendo praça de pedágio. Isso é corrupção de pauta, é ser omisso. Não podemos permitir e por isso queremos ir para o enfrentamento.

OP: Cascavel, a exemplo de Toledo, tem apresentado muitos pré-candidatos. Isso dificulta a eleição com a possível divisão de votos?
OS:
Acho que espaço tem para todo mundo. Logicamente que quanto mais divisão, é mais difícil. Mas havendo uma conscientização regional nós não teremos problemas quanto a isso. Eu não sou apenas pré-candidato de Cascavel, mas sou por Marechal Cândido Rondon, por Cascavel e pelo Oeste do Paraná. Isso precisa ficar muito claro, porque ninguém faz nada sozinho e nenhuma cidade se desenvolve sozinha. Não tem como pensar apenas no bem de Marechal Rondon, ou de Toledo, ou de Cascavel, ou de Foz do Iguaçu. Nós precisamos pensar no bem da nossa região, porque é interligada. O que não podemos é deixar uma região esquecida. Isso que precisamos ter com muita clareza. Quanto ao número de pré-candidatos em Cascavel, por exemplo, temos menos do que na última eleição. Creio que haverá um número menor de candidatos na região até por conta da nova lei eleitoral, que acabou com as coligações e permite somente as federações. Então os partidos tiveram dificuldades em formar chapas.

OP: Quantos votos o senhor avalia que serão necessários no Podemos para uma eleição?
OS:
Nós podemos trabalhar com projeções. Eu sempre digo que um (voto) a mais do candidato que ficar atrás de mim já seria o suficiente. Quando vamos tratar nos milhares de votos que são necessários, na estrutura que temos no Podemos acreditamos que com 27 mil votos seja possível lograr êxito. Pode acontecer de entrar pela sobra com 24 mil a 25 mil, mas se quisermos nos eleger precisaremos fazer pelo menos 25 mil votos.

OP: O Podemos ganhou projeção no fim do ano quando lançou o ex-juiz federal Sergio Moro como pré-candidato à Presidência. A saída dele prejudicou o partido?
OS:
Eu creio que prejudica a imagem do Moro, porque o partido deu todas as condições para ele. Apostou nele e deu a condição para disputar a Presidência, e o Moro, talvez mal orientado por não ser do meio político, tomou algumas decisões equivocadas e que lhe custaram muito caro. Temos acompanhado isso e hoje não conseguimos entender ou acreditar nas decisões que toma ou anuncia, porque pode uma semana depois mudar. O Podemos continua sendo o partido mais bem alinhado dentro daquilo que falo de valores. Projeto como para acabar com o foro privilegiado, é do Podemos; pedindo a prisão em segunda instância, é do Podemos; a CPI da Lava Toga quem estava articulando era o Podemos, que não andou porque alguns senadores retiraram suas assinaturas. Nesta questão do Moro prejudicou mais a ele do que o Podemos.

OP: O senhor acredita que o senador Alvaro Dias (Podemos) vai disputar a reeleição com a decisão do Sergio Moro em tentar o Senado?
OS:
O Alvaro Dias já está oficializado como pré-candidato ao Senado e deverá lograr êxito na sua eleição, mais uma vez.

OP: O Alvaro Dias é acostumado, digamos assim, com eleição fácil, já que as reeleições sempre foram tranquilas. Na sua avaliação, essa será bem disputada?
OS:
Não existe eleição fácil. Ela só se torna fácil se a liderança realmente for de confiança. Quem torna ela fácil é a liderança. Toda eleição é difícil. Vamos para a disputa e quem vai julgar as ações do Moro e do Alvaro é a população do Estado do Paraná. O Moro vai ter que lutar e ver se consegue, inclusive, registrar a candidatura. Ele tem uma situação dificílima, porque se filiou no Estado de São Paulo e agora vem para o Paraná para tentar ser candidato ao Senado. Se ele mantiver essa predisposição e não mudar para ser candidato a deputado federal ou outra coisa, vamos para a disputa e deixar que o eleitor julgue quem é melhor e quem quer que lhe represente. Eu vejo no Moro um homem capacitado. Por ele não ser do meio político sofreu um pouco. Talvez foi mal assessorado, mas é uma pessoa qualificada. É uma pessoa que já deu sua contribuição para o Brasil e tem muito a dar ainda, precisa somente entender como funciona o processo político.

OP: O Podemos deve apoiar a reeleição do governador Ratinho Junior?
OS:
Tudo se encaminha para isso e está bem alinhado. Hoje poderia falar: eu cravo que o Podemos vai estar com o Ratinho Junior. E o Alvaro, na minha opinião, será o candidato do governador ao Senado.

OP: Mas como o Ratinho Junior vai lidar com o fator Bolsonaro (PL) se ele apoiar o Alvaro Dias?
OS:
Qual o problema nisso?

OP: O presidente Bolsonaro pressiona o governador para apoiar os nomes que ele defende.
OS:
O Bolsonaro também vai ter que tomar uma decisão. Há outros nomes, mas pode ser feita composição política. A política é a arte dos ajustes. De repente um dos nomes do Bolsonaro pode virar suplente do Alvaro Dias. O Alvaro lidera as pesquisas no Paraná. Ele é conhecido em todos os municípios do Estado e é um excelente político. O fato de pensar diferente não tem nenhum problema na vida e na política. O fato do Alvaro contestar algumas ações do Poder Executivo não tem problema também. Estão buscando o melhor para o país e tanto o presidente sabe disso como o Alvaro. No nosso partido mais de 70% da bancada dos senadores e deputados são alinhados ao Bolsonaro.

OP: O Alvaro Dias e o Bolsonaro podem estar no mesmo palanque então?
OS:
Eu aposto que sim.

OP: E em relação à Presidência, quem o senhor deve apoiar?
OS:
Antes gostaria de fazer uma observação: o meu desejo era que o Podemos tivesse um candidato a presidente. Esse desgaste que o Moro deixou ao partido é lamentável por isso. Lamento também não termos outra opção de liderança para esse país. Diante dos nomes que estão expostos, diante da minha formação, dos valores que eu defendo, sou um ativista pró-vida e pró família, eu vou de Bolsonaro.

Por Maria Cristina Kunzler/O Presente

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