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Arno Kunzler

Efeito Roberto Jefferson

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É muito provável que depois da prisão do ex-deputado Roberto Jefferson o processo eleitoral em curso sofra consequências.

Aliado de Bolsonaro, a quem defendeu em praticamente todas as aparições nos últimos anos, Roberto Jefferson agiu como kamikaze ao insultar as Cortes superiores e afrontar a Polícia Federal.

Praticamente provocou sua prisão em nome da luta pela “liberdade” que sempre invoca.

Bolsonaro tratou logo de se distanciar de Roberto Jefferson, temendo, evidentemente, prejuízo em sua campanha por conta da exploração do fato.

Classificou-o como ex-aliado de Lula e dos governos do PT, o que é fato, tanto que foi Roberto Jefferson que denunciou o mensalão.

Os tiros e as granadas jogadas na Polícia Federal serão explorados até o último instante desta campanha eleitoral, disso não há dúvida.

Basta saber se Bolsonaro conseguirá afastar sua imagem do criminoso e agora presidiário e se sua tentativa de dividir o desgaste com Lula vai funcionar.

É evidente que as duas campanhas – tanto a de Bolsonaro como a de Lula – vão se afastar de Roberto Jefferson.

Quem tiver os melhores argumentos, quem estiver menos comprometido com a atitude do ex-parlamentar, sofrerá menos prejuízo.

Ainda que o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha responsabilidade pelo processo eleitoral conturbado que vivemos, ninguém conseguirá defender o que Roberto Jefferson fez.

Portanto, ele estará sozinho daqui para frente, preso e sem aliados.

Seu discurso em defesa da liberdade caiu por terra ao atirar contra policiais em serviço.

Poderia ter causado uma tragédia com a morte de um ou mais, fosse mais eficiente ao disparar seu arsenal.

O que, em tese, poderia ser uma luta contra um sistema judicial contaminado e neste momento muito questionado agora virou apenas uma peça da campanha eleitoral.

É um fato isolado e sem nexo com as duas campanhas, mas não há dúvida que será associado ao comportamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), especialmente do presidente, ministro Alexandre de Moraes.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

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