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Arno Kunzler

Nossa tortura diária

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Talvez tenhamos mesmo que encontrar muitas explicações para entender nosso próprio comportamento.

Nossas atitudes, reações e compreensões da problemática diária parecem estar distantes do que pregamos e aprendemos como certo ou razoável.

É comum ver pessoas brigar nas redes sociais por nada, estragando amizades de décadas.

Não querem mais saber dos problemas da sociedade, da igreja, do clube, da escola etc…

Não querem se estressar. Encontrar gente é se estressar. Discutir problemas comuns é se estressar…

Logo, preferimos estar ligados em outros problemas.

Quando estamos em casa, ligamos a TV e pronto.

Uma nova guerra sendo anunciada ao vivo, com bombardeios mostrando a matança de milhares de pessoas.

Ficamos tristes e saímos do noticiário internacional para o nacional.

Enchente no Sul, seca no Norte, animais e pessoas morrendo.

Aí vamos para o esporte. A TV anuncia que um jogador famoso em final de carreira foi contratado para ganhar 30 milhões de dólares por ano, limpo.

Aí vamos para o noticiário político do Brasil.

O Supremo Tribunal FEderal (STF) julgando mais de 1,5 mil pessoas que participaram dos atos do dia 8 de janeiro e serão condenadas a cumprir entre dez e 17 anos de prisão.

Mas aí vem uma boa notícia: o reajuste do salário mínimo… Salário mínimo agora vale R$ 1.320.

Aí nosso valoroso homem do campo vai conferir os preços das commodities agrícolas.

A soja, que valia quase R$ 200 a saca, agora vale pouco mais da metade.

Aí vem a notícia do reajuste dos planos de saúde, e pasmem…

Nesse cenário está ficando difícil manter a cabeça saudável e indiferente a tantas notícias que não gostamos ou por falta de compreensão da problemática diária não conseguimos aceitar.

É ou não é uma tortura diária?

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@opresente.com.br

@arnokunzler

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