Arno Kunzler
Último mês do ano
2022 já vai ficar para a história do Brasil com certeza.
Ainda temos um mês para acrescentar um último e derradeiro capítulo final.
Entramos no último mês com brasileiros de norte a sul fazendo protestos, às vezes alegando fraude eleitoral; às vezes alegando que um “ladrão” não pode assumir o governo do país; e às vezes alegando descrença dos cidadãos para com as instituições.
Se nada for feito para atender o pedido dos que protestam até o final de dezembro, em janeiro Lula assume o governo.
Já vimos em eleições passadas desconfiança e insatisfação com o resultado.
Mas nunca algo tão expressivo como as manifestações e o descontentamento de agora.
Daí porque o novo governo terá que ter muita inspiração, além de atitudes concretas e assertivas para não aumentar ainda mais o movimento que, alguns prometem não cessar, nem com a posse do novo presidente.
Um país tão grande, tão diversificado, com tantas diferenças regionais não vai encontrar unanimidade, mas o que precisa ter é governabilidade.
Condições éticas para governar resultam de atitudes éticas e coerentes.
Vivemos um cenário complicado pela forma com que Lula se tornou candidato, mas ao aceitarmos que ele disputasse e os demais candidatos aceitaram disputar contra ele, implica numa aceitação de que a candidatura era legal.
Essa é a razão pela qual os principais governos de todo mundo reconheceram sua vitória imediatamente após a proclamação do resultado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por isso, enquanto uns trabalham com a sensação de que tudo anda dentro da normalidade, outros querem o rompimento institucional a qualquer preço.
O que vai acontecer ainda neste restinho de 2022, só Deus sabe. Inclusive o Brasil ainda pode ser hexa.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul