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Editorial

Ponte para o futuro

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Uma obra demandada há mais de 30 anos deve começar a sair do papel nos próximos meses. Bancada pela Itaipu Binacional, que vai investir quase meio bilhão de reais, a segunda ponte ligando Brasil e Paraguai, na fronteira com Foz do Iguaçu, pode revolucionar a logística para todo o Oeste paranaense.

O presidente Jair Bolsonaro e o presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, se reuniram na última sexta-feira (10), em Foz, para assinar a autorização de início das obras. Em três anos, se nada ocorrer de anormal, a nova ponte estará concluída. A estrutura, que vai ser usada inicialmente para o tráfego de caminhões, não só vai desobstruir o trânsito no centro de Foz do Iguaçu, tampouco melhorar as condições para os compristas, mas abre uma série de oportunidades que incluem, até mesmo, as exportações brasileiras para a Ásia.

Isso porque a ponte dará acesso ao Paraguai, terá ligação com a aduana Argentina e poderá ser usada por outros países, como o Chile. Por essa nova ponte, por exemplo, poderão passar exportações tupiniquins pelos portos do Oceano Pacífico, o que reduziria muito a distância entre brasileiros e os compradores asiáticos, diminuindo consideravelmente o preço dos fretes, aumentando a competitividade dos produtos nacionais e os lucros dos empresários.

Hoje a única ligação entre os dois países é feita por meio da Ponte Internacional da Amizade, entre Foz e Ciudad del Este. A bagunça generalizada – que já foi bem pior nos anos 1990 com o boom da muamba -, é diária. Congestionamentos, filas e correria são comuns. Recentemente reformada, a Ponte da Amizade vai, finalmente, ser desafogada com a construção da nova obra.

A fiscalização de pessoas e veículos deverá ser readequada e melhorada a fim de contribuir para a segurança e redução no contrabando, descaminho e tráfico de drogas e armas. Por outro lado, a entrada e saída de cargas pesadas também deverá sofrer maior rigor, garantindo que nada entre ou saia do país sem que esteja rigorosamente em dia com a lei.

A nova ponte, no entanto, não vai beneficiar ninguém mais do que a cidade de Foz do Iguaçu. A região em que será construída vai ser valorizada. Ao menos assim esperam as lideranças e parece de fato ser um caminho natural. Novos empreendimentos devem surgir em suas cabeceiras e proximidades, tanto do lado de cá quanto de lá.

Parece pouco, mas uma única ponte pode mudar as características de uma região, especialmente quando se fala em uma ponte internacional, localizada em uma tríplice fronteira. Muitos vão se beneficiar desse grandioso projeto, que deve dar novos contornos logísticos, econômicos e, por que não, sociais aos povos brasileiro e paraguaio.

Uma nova oportunidade se descortina para o Paraná. Se tudo correr conforme o planejado – e sabe-se o quanto isso é difícil em obras públicas -, 35 anos depois dos primeiros pedidos a ponte deve estar concretizada e servir especialmente a essas duas nações vizinhas. Uma obra que pode ser a ponte entre o presente e um futuro muito mais promissor.

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