Arno Kunzler
Alianças ou negócios?
O passado recente envolvendo os governos do PT e partidos do centrão (aqueles que aceitam a melhor proposta) não recomendam as novas alianças que estão sob a mesa do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.
Arthur Lira (PP) será reconduzido à presidência da Câmara com apoio do PT e, provavelmente, do PL ou parte dele, e é onde Lula e Bolsonaro misturam seus interesses.
Rodrigo Pacheco (PSD) é candidato a reeleição à presidência do Senado com apoio de Lula e, provavelmente, de grande número dos parlamentares que estiveram ao lado de Bolsonaro nos últimos quatro anos.
Ricardo Barros (PP), que era líder do governo na Câmara na gestão Dilma, depois virou ministro de Michel Temer, depois líder de Bolsonaro, já circula nos corredores do Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, onde é a sede do governo de transição, como velho conhecido.
Talvez Lula e os deputados do centrão tenham aprendido que em política de coalizão presidencial é permitido fazer alianças.
O que não é recomendável, ao invés de fazer alianças, é fazer negócios.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
