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Arno Kunzler

Depois da fake, a deepfake

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A novidade que todos os grupos políticos querem conhecer melhor, usar e, ao mesmo tempo, evitar que seus adversários utilizem, atende pelo nome de “deepfake”.

É uma ferramenta que permite usar a inteligência artificial (IA) para fazer vídeos de pessoas, colocando conteúdo diferente do que foi dito no vídeo, no ato da gravação original. Ou ainda, é uma tecnologia que usa IA para trocar o rosto de pessoas em vídeos e manipular áudios.

É algo assustador o cidadão, de repente, ver um vídeo gravado por ele mesmo dizendo coisas que nunca disse com uma naturalidade que nem ele consegue duvidar.

A Justiça Eleitoral tenta amedrontar os candidatos que utilizam a ferramenta com perda de mandato, mas é improvável que, diante de uma derrota iminente, o candidato ou grupo político deixe de usá-la.

E a consequência de uma produção dessas, enviada a milhares de eleitores, pode ser chocante.

Os vídeos podem conter discursos falsos ou imagens, como, por exemplo, imagem pornográfica, colocando a cabeça de uma pessoa no corpo de outra.

Até desmentir e provar que era deepfake, uma eleição pode ser perdida ou um candidato desmoralizado antes de disputar o pleito.

Estamos cada vez mais vulneráveis diante da evolução tecnológica.

E as pessoas, ávidas por mais sucesso, estão cada vez mais destemidas.

Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul

arno@opresente.com.br

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