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Editorial

A pior fase, até agora, é agora

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A pandemia de Covid-19 está longe do fim. Em diversas regiões do Brasil, para não dizer o país inteiro, a situação é a mais grave desde o início da pandemia, em março do ano passado, há cerca de um ano. O número de infecções e mortes se mantém em alta há várias semanas. Os hospitais estão abarrotados. Estão faltando leitos, insumos e profissionais para atender a uma demanda assustadora de doentes.

As cenas de ambulâncias pra lá e pra cá são estarrecedoras. No Oeste do Paraná, as autoridades de saúde estão assustadas e preocupadas. Já ventilam a possibilidade de o Estado ser a próxima Manaus. Na vizinha Santa Catarina o tão falado colapso na saúde chegou. A Bahia decretou lockdown até segunda-feira (1º). Em municípios da Costa paranaense, como Matinhos, o lockdown também já entra em vigor, mas por 14 dias.

Em todos os lugares do país estão faltando leitos de UTI. As filas só não aumentam mais porque parte das pessoas morre antes de conseguir o atendimento especializado. Em Marechal Cândido Rondon, o hospital de campanha pode entrar em funcionamento a qualquer momento, mesmo que seja uma espécie de enfermaria – não tem leitos de UTIs.

A pior fase da pandemia, até agora, é agora. A possibilidade de um lockdown também no Paraná não está descartada.

As novas cepas e as reinfecções desafiam a ciência mundial e colocam ainda mais medo na população pelo seu potencial mais agressivo. Junte a isso o cansaço das pessoas, que relaxaram e deixaram de se cuidar como no início da pandemia.

De outro lado, a vacinação ainda engatinha no Brasil. O Ministério da Saúde tem deixado a desejar. Com atraso, quando a vacina chegou, o processo de imunização, que deveria ser pautado na ciência para ter como fim o bem da população e o vigor da saúde pública, se tornou uma disputa política, mesquinha e ridícula de assistir.

As doses chegam a conta gotas. Mesmo se o ritmo da imunização melhorar, ainda serão meses e meses para que a maior parte das pessoas tenha recebido as vacinas. Um prognóstico nada animador em um cenário assustador que o país vive no momento.

O Brasil precisa urgentemente acelerar o processo de imunização da sua população. Só assim é que a volta à normalidade, se é que isso vai ser possível, se tornará mais palpável, mais real. Só assim a economia vai voltar aos trilhos, só com a vacinação em massa as pessoas vão conseguir seus empregos de volta.

Enquanto esse dia não chega, se possível, fique em casa. Se necessário sair, procure locais arejados, use máscara, mantenha a higiene em dia, especialmente das mãos, não participe de aglomerações. Coisas que todos já sabem, estão cansados de fazer, mas infelizmente ainda vão conviver por mais tempo com todos, assim como a Covid-19. A pior hora, até agora, é agora.

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