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Editorial

Até tu, frango!

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Um pouco mais, um pouco menos, o brasileiro come em média 45 quilos de frango, 30 quilos de carne bovina, 15 quilos de carne suína e dez quilos de peixe por ano. São aproximadamente 100 quilos de carnes para cada habitante anualmente.

Além desse poderoso mercado com mais de 200 milhões de consumidores, as agroindústrias de proteína animal estendem seus tentáculos para mais de 150 países, com exportações robustas que ajudam expandir os negócios, gerar renda, empregos e desenvolvimento para o Brasil.

O Paraná é o maior produtor de frango e o segundo maior produtor de suínos do país, atrás apenas de Santa Catarina. Em dois ou três anos, e com o início das operações do frigorífico da Frimesa em Assis Chateaubriand, o Estado deve se tornar líder também na suinocultura. Na bovinocultura perdemos espaço, mas ainda somos o 10º Estado que mais produz carne no país. Ao todo, são mais de seis milhões de toneladas de carnes produzidas pelo Estado todos os anos.

Com a inflação corroendo o bolso dos brasileiros e de boa parte da população mundial, a tendência é que o consumidor escolha as carnes mais baratas, neste caso o frango. O setor avícola ainda se beneficia do frango ser uma carne sem barreiras religiosas, como a vaca para os indianos e o porco para os islâmicos, entre outros grupos religiosos.

Nesse contexto, a produção de frangos, fortemente ligada ao Oeste paranaense, tem aumentado ano após ano a sua produção de aves. Em 2021, foram cerca de três milhões de frangos abatidos por dia. É muito alimento!

Os recentes números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforçam o protagonismo paranaense na produção avícola. Um em cada três frangos brasileiros são produzidos nas propriedades rurais paranaenses.

Além de ser o Estado que mais produz frango no Brasil, é o maior exportador do produto, com cerca de 40% do total embarcado para fora do país. Isso demonstra a importância do setor para o Estado.

Mas o consumidor que se prepare, porque as carnes vão sofrer mais e mais reajustes. Elas chegaram a um patamar e não devem mais voltar a níveis anteriores. Os preços podem até baixar uma vez que outra, mas chegar até o açougue não será mais uma tarefa prazerosa para o bolso, pelo menos pelos próximos meses.

E a carne de frango também entra nesse bolo de aumentos, não tem jeito. As agroindústrias que produzem carnes estão trabalhando com margens de lucros apertadíssimas porque o custo para produzir está muito alto e porque não podem repassar todos esses custos para não afastar ainda mais o consumidor. Uma hora a corda estoura.

Com a guerra na Ucrânia em andamento não é possível ter previsões claras do que pode acontecer com o agronegócio, com a avicultura, mas provavelmente o Paraná vai encerrar 2022 com mais um recorde na produção de carne de aves.

O produtor rural, as cooperativas e as empresas integradoras transformaram o Paraná em uma potência mundial na produção de frangos. Só é preciso uma maré de sorte para que o setor possa ser mais equilibrado financeiramente nesses próximos meses. E uma economia mais saudável para que no açougue o brasileiro possa fazer a escolha por opção, não por obrigação.

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