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Elio Migliorança

A PRÓXIMA ONDA

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A última onda foi da lei seca. Tolerância zero para motoristas que passaram do limite. Alguém tem ouvido alguma referência a respeito nos últimos tempos? Parece que não. A mídia deixou o assunto de lado, ninguém mais tocou no assunto e os acidentes se sucedem ceifando novas e preciosas vidas, e muitos que sobrevivem, vão carregar seqüelas para o resto da vida, podendo ser a perda de uma perna, um braço ou até ficar preso a uma cadeira de rodas. Essa onda foi reprise da outra quando da aprovação do novo código nacional de trânsito. Tinha vindo para fazer o trânsito transformar-se num dos melhores do mundo. Se analisarmos o código, de fato é uma lei completa. Mas parece que o problema maior do Brasil são os brasileiros. Ou melhor, as autoridades responsáveis pelo cumprimento da lei, pois aí vem o “jeitinho”, ou o “carteiraço” do tipo “sabe com quem está falando”, e outras corrupções mais fazendo com que a melhor lei acabe se transformando em letra morta.
No momento, a criminalidade está batendo à nossa porta, casos de seqüestro e mortes, alguns no Paraná e que tiveram repercussão nacional, estamos recordando das diversas ondas na área de segurança. Governo federal e estadual, no início do mandato, prometeram grandes investimentos e solução para a questão da segurança, um anseio de todos, afinal é o mínimo que podemos exigir de um País organizado. Pura conversa. Ambos poderiam ser brindados com o troféu “Pinóquio” da administração.
No Estado, o governador acumulou temporariamente o cargo de secretário de segurança, conversa “prá boi dormir”, afinal, com a complexidade que é administrar o Estado, como é possível alguém cuidar também da segurança pública, tarefa gigantesca que exige tempo integral? Temos uma legislação aprovada no embalo da proteção aos presos políticos, a tal da Constituição Cidadã, promulgada em 1988, concedendo mais direitos que deveres aos criminosos, tudo feito pensando em garantir direitos a presos políticos, mas que agora protege marginais da pior espécie. E o pior é que alguns princípios constitucionais estão redigidos de tal forma que são “clausula pétrea”, não podem ser modificados por emenda constitucional, somente por outra assembléia nacional constituinte, isto significa “só Deus sabe quando”. Enquanto isso somos vítimas da omissão de nossas autoridades.
Chegamos à época em que o homem tem medo de falar a verdade para não ser prejudicado e tem vergonha de dizer que é honesto para que não riam dele. Há muita gente que paga seus impostos gerando receita suficiente para uma segurança decente. É urgente fazer algo.
Novos prefeitos vão assumir e precisam através da AMOP, que tem força política, reivindicar uma solução para a criminalidade que toma conta na fronteira, especialmente na região ribeirinha ao lago de Itaipu, onde uma das principais atividades de sustentação da mão-de-obra é o contrabando generalizado. A “carta de Puebla”, muito citada pelo governador em seus pronunciamentos, clama por justiça social e segurança é direito sagrado de todos.

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