Fale com a gente

Fátima Baroni Tonezer

Autoestima: o cuidar de si para cuidar dos outros

Publicado

em

Um conceito de autoestima é a soma da autoconfiança com o autoconhecimento. O trágico é que existem muitas pessoas que procuram a autoconfiança e a autoestima em todos os lugares, menos dentro delas mesmas, e assim, fracassam na sua busca. A autoestima é uma experiência interna. É o que “Eu” penso e sinto sobre mim mesma(o), não é o que o outro pensa e sente sobre mim. Ninguém pode respirar ou pensar por nós, ou pode nos dar autoconfiança e amor-próprio.

A autoestima refere-se ao senso geral de dignidade e valor que atribuo a mim mesma(o). E quem e o que pensamos ser influenciam a maneira como agimos, isto é, o  autoconceito. É a medida, a régua, com que avaliamos nossos valores e habilidades. E afeta a maneira como pensamos, sentimos e agimos, permeando nossos relacionamentos, em todos os aspectos, ou seja, como me vejo e relaciono comigo mesma(o) e com os outros (tem artigo aqui falando de relacionamentos).

A autoestima saudável está conectada ao ajuste psicológico, emoção positiva, confiança social, comportamentos pró-sociais, bem-estar nos relacionamentos afetivos, profissionais, sociais e a satisfação geral com a vida.

DIFICULDADE PARA SE AMAR

Muito se fala de amor-próprio. E muito se confunde amor-próprio com narcisismo e egoísmo. Podemos falar disso em outro momento. O que vejo no meu dia a dia, de mais de 20 anos de consultório, são pessoas, homens, mulheres e adolescentes que têm uma vida difícil pela incapacidade de se enxergar, de ver seus valores e as suas habilidades. Pessoas que sofrem com um grande senso de não merecimento, desvalor, sentimentos de menos-valia. Pessoas com muitas habilidades, recursos, afetuosas, mas que não percebem as próprias possibilidades por se comparar com o que está posto nas mídias como sinônimo de sucesso, resultados rápidos, versão aceita.

Que deixam de se comprometer consigo mesmos(as) por acreditar que aquilo que está posto é a realidade e já que não consegue, o problema é ela, que é incapaz.

Vejo, por outro lado, muitas afirmações de amor “no condicional”, isto é, “vou me amar quando…”. “Vou ser feliz quando emagrecer!” “Vou ser feliz quando comprar aquele carro ou aquela casa ou tiver aquele emprego”… E enquanto isso, segue nessa espiral de desmerecimento e desvalia, sem olhar para sua rotina, aquilo que faz todos os dias.

Será que aquele(a) famoso(a) que postou duas horas na academia, o café da manhã saudável, que terminou de ler o quinto livro do mês e “só estamos no dia 20 do mês”, tem a mesma rotina que você? Cuida da família, da casa, estuda, trabalha fora (as vezes em dois empregos), dá atenção para os pais idosos ou adoecidos? Nunca perde a paciência e grita? Já acorda linda e maravilhosa, maquiada e vestida como se fosse a uma festa todos os dias? Não sofre com a TPM?

O QUE TEM PARA HOJE?

Sei que esta frase está bem batida, mas cabe aqui. O que é possível fazer hoje com os recursos que você tem disponível? O conceito que você tem sobre si é seu, fruto de auto-observação, autoconhecimento? Ou é só repetição da fala de outras pessoas?

Pais, irmãos, “amigos”, colegas de trabalho, esposo(a)? E de novo, o problema não é o que pessoas tóxicas, invejosas ou com a melhor das intenções, “influencers famosos” falam de e para você! O problema é você acreditar que você é aquilo e tentar a todo custo se moldar à versão que eles acreditam, sem olhar e perceber por si mesma(o) o que faz sentido para você.

Mas como eu faço isso? Essa é uma pergunta recorrente também na clínica. O primeiro passo é ter consciência de como estou agindo e vivendo (ou sobrevivendo). Isto significa perceber quais são minhas atitudes e comportamentos, muitas vezes plugadas no piloto automático, reproduzindo tarefas, fugindo para as telas, seja das redes sociais, seja de séries e jogos… só repetindo e repetindo e reclamando que não saio do lugar.

Uma grande parte das pessoas estão presas no passado, com saudades do que foi, que naquele tempo era melhor… Outra parte está esperando o futuro, na expectativa do “quando isso” ou “e se”… Isto demonstra que boa parte da humanidade vive onde não está mais ou ainda não chegou, sinais claros e possíveis de depressão ou transtorno de ansiedade. E algumas pesquisas arriscam a dizer que somente 2% da população mundial vive no aqui agora, naquilo que está acontecendo, que é possível resolver, olhando para si, descansando, cuidando de si.

Como resolver isso? Como posso aprender a me amar e cuidar de mim? No próximo artigo vou mostrar as chaves da autoestima. Continue me acompanhando, aqui e nas redes sociais. E lembre-se que se quiser conversar comigo, é só me chamar.

Até a próxima…

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

@psicofatimabaroni

Copyright © 2017 O Presente