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Fátima Baroni Tonezer

Isto não é autoestima! Será egoísmo ou narcisismo?

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A autoestima é um aspecto central na nossa vida. Você já entendeu que ter autoestima significa ser uma pessoa com autoconfiança e que valoriza a si mesma(o). E essa visão que temos de nós mesmas(os) influencia diretamente em várias habilidades nossas. Expliquei os quatro pilares no artigo do dia 04 de março (se não leu, clique AQUI).

Essa visão de nós não é herdada, mas aprendida a partir do nosso desenvolvimento, com os eventos que vivenciamos nas fases anteriores de nossa vida, principalmente na infância, quando ainda não desenvolvemos a capacidade de compreender o que está acontecendo racionalmente.

AUTOCONHECIMENTO E AUTOESTIMA

Se você não se conhecer, vai estar sempre dependendo da opinião dos outros. Autoconhecimento é ter respostas que você vai construindo para perguntas como: “quem sou eu?”; “o que eu gosto?”; “o que eu não gosto?”; “onde quero chegar?”; “o que faz sentido para mim?”; “quais são meus valores?”.

Uma pessoa que cultiva o autoconhecimento, que também é desenvolvido a partir dos feedbacks de outras pessoas significativas para ela, vai reconhecendo crenças que limitam ou sabotam os resultados e, ao invés de paralisar, ressignifica e elimina as crenças que não fazem mais sentido ao momento de vida presente.

Os eventos que vivemos na infância, quando somos dependentes de nossos cuidadores e adultos próximos, geram respostas automáticas a gatilhos emocionais disparados por demandas atuais. Essas respostas foram criadas num determinado momento da vida com o objetivo de nos ajudar a sobreviver. Mas agora elas talvez não sejam mais funcionais e precisem ser revistas e alteradas. Quando entendemos esse pontos percebemos que a autoestima baixa foi um aprendizado e, como tal, passível de ser modificado e atualizado.

ATUALIZANDO O SISTEMA!

Isso significa que a visão e opinião que temos de nós (autoconceito) pode ser alterada, prestando atenção hoje de onde vem a crítica e o julgamento. Vamos perceber que geralmente  vem de nós mesmos. Sabe o famoso “o que os outros vão pensar”? É uma forma de autocrítica e julgamento interno disfarçado de preocupação com a opinião alheia, que sim foi um aprendizado, mas não, não faz mais sentido para você hoje, adulto capaz de se responsabilizar pelas consequências de suas escolhas e ações, quaisquer que sejam.

A maneira como nos percebemos foi aprendida repetindo que deveria ser assim ou assado, ter isso ou aquilo, nunca ser bom o suficiente, que gera pensamentos de fracasso e incompetência. Como você se percebe (autoimagem) para além do aspecto físico também influencia como você se apresenta ao mundo, sua postura. É perceber que somos mais do que um saco de ossos embrulhados em metros de pele. Fala das outras características, se você é agradável, alegre, educado, engraçada… Essas características têm impacto significativo nas nossas relações. Muito mais do que a beleza física. Que, aliás, aqui no Brasil, gera um grande problema que é o medo e a não aceitação do envelhecimento, com a busca da juventude eterna.

E temos ainda a nossa capacidade de nos reconhecer e elogiar (autorreforço). Aqui é importante três atitudes básicas: o autoelogio, a auto recompensa e o autocuidado. O modo de desenvolver essas atitudes é lidando com a crenças negativas: “eu não mereço”; “é minha obrigação”. Também temos a crença de que elogiar-se é egoísmo, arrogância ou, mais moderno, narcisismo. É só uma questão de se valorizar, reconhecer seu valor.

 E isso tem a ver com o quanto você consegue confiar em si mesma(o), se sentir capaz de atingir seus objetivos (autoeficácia), que nos leva a não acreditar que é possível, desistir ou evitar enfrentar problemas ou não arriscar diante de obstáculos. É o ciclo vicioso de sabotar seus resultados por não acreditar que será capaz, ou que merece ou pode fazer. Muitos vezes não nos damos a permissão de agir no sentido contrário daquilo que ouvimos na infância, contrariando valores que não nos contemplam ou nunca foram nossos. 

A baixa autoestima leva a evitar problemas, ter objetivos pobres ou menores do que é capaz de enfrentar e desistir diante do primeiro obstáculos. E busca a resposta fora de si mesma(o). Quando minha autoestima é baixa – os quatro pilares estão disfuncionais – meus pensamentos e ações vão estar contaminados e não funcionais e não me levarão onde quero chegar.

Se você sente que está agindo assim, e quiser entender em que ponto está sua autoestima, envie uma mensagem no direct, que disponibilizo para você um questionário gratuito para avaliar sua autoestima. Na próxima semana vamos conversar sobre os tipos de autoestima e começar a identificar ações possíveis para buscar o equilíbrio, potencializando suas formas de se ver e valorizar.

Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

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