Arno Kunzler
Buenos dias, Argentina
A situação que a Argentina se encontra é fruto de décadas de gastos acima do que os governos arrecadam.
A fonte produtora, que produz os impostos, foi definhando e os gastos aumentado.
A Argentina, que já foi o país mais rico da América do Sul, equiparado às melhores economias da Europa, agora está no fundo do poço.
E ali insiste permanecer por muito tempo.
Os argentinos agora apostaram suas ficham num político completamente diferente de tudo que já se viu por lá.
E a questão da Argentina não parece ter solução à vista, nem com um extremista, que pode até ser competente, no poder.
A solução da Argentina depende dos argentinos e deles aceitarem a condição que o Estado se encontra.
É preciso unir o país para encontrar um caminho que leve as pessoas a acreditar em algo melhor para o futuro, já que o presente está completamente comprometido.
E para convencer as pessoas que já perderam quase tudo, patrimônio, empresas, empregos, poder de compra, é preciso ter um discurso sólido, de unificação e convencimento.
As pessoas aceitam um sacrifício momentâneo e temporário se acreditam que lá na frente terão dias melhores.
E quem vai ajudar a Argentina?
Um país sem fluxo de caixa, com o saldo da balança comercial comprometido pela necessidade de importar produtos básicos e, ao mesmo tempo, precisa fazer sobras para poder contrair novos empréstimos e ter liquidez.
“No hay plata”, bradou o presidente eleito durante sua posse.
Um grito de socorro.
É como um dono de empresa anunciar que está falido.
Quem vai confiar seu dinheiro num negócio falido?
E quem terá boa vontade política e recursos para socorrer a Argentina?
Brasil, Estados Unidos, China que não.
Esses países (seus presidentes) foram atacados pelo presidente eleito durante a campanha eleitoral.
O FMI?
Conhecendo suas regras muito rígidas e sua aplicação na economia, não há como um governo não se desgastar.
Juros altos, salários congelados e corte radical de gastos do governo.
Como quase metade da população da Argentina recebe ajuda do governo até para comprar alimentos, cortar esses gastos seria um desastre político.
Portanto, o novo governo tem pouca margem para negociar e nenhuma tolerância para cometer erros.
Por Arno Kunzler. Ele é jornalista e fundador do Jornal O Presente, da Editora Amigos e da Editora Gralha Azul
@arnokunzler