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Fátima Baroni Tonezer

A coragem de ser humano: um ser com emoções

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Passamos os últimos artigos falando de autoestima e sua influência em várias áreas de nossa vida. Conversamos também sobre amor-próprio e as consequências de sua ausência em nossos relacionamentos. Agora chegou a vez de falarmos de um tema que é o amálgama, a fusão perfeita nessa seara.

Você já parou para refletir sobre o que está acontecendo dentro de você em vários momentos de seu dia, da sua vida? Como quando você está apaixonado(a) por alguém… ou o desconforto quando perde algo ou alguém… ou a sensação quando alcança um objetivo? Estamos falando de alegria, decepção, tristeza. Podemos falar também da raiva quando alguém nos fecha no trânsito.

O que está acontecendo com seu cérebro no exato momento do fato? Citei poucos dos inúmeros eventos e situações que acontecem com todos nós durante nossa vida. Chegamos a até dizer em alguns momentos, que tal situação foi emocionante.

POSITIVAS OU NEGATIVAS? O QUE SÃO EMOÇÕES?

A primeira informação relevante aqui é que as emoções não existem por acaso. Elas foram sendo inscritas em nosso cérebro durante os milhares de anos de nossa evolução. E cumprem funções importantes das quais não podemos abrir mão. E por mais que algumas sejam desagradáveis de sentir e desejamos nos livrar delas, quando isso acontece é bastante prejudicial. Logo não sendo possível e saudável acabar com elas, principalmente as ditas negativas, torna-se imprescindível aprender a identificar, nomear e lidar com elas.

Como não somos treinados(as) a reconhecer e lidar com nossas emoções, temos dificuldades em identificar o que estamos sentindo. E mais, pessoas com maior dificuldade em distinguir e aceitar suas emoções negativas sofrem mais e têm maior risco de apresentar depressão, já que estão fechadas para os sinais enviados pelas emoções e não desenvolveram recursos para resolver a situação.

APESAR DE SER PARTE DA CONDIÇÃO HUMANA, OLHAMOS AS EMOÇÕES COM DESCONFIANÇA        

Ainda hoje é comum encontrar pessoas que ensinam como ser racionais, e não  deixar as emoções e afetos influenciarem as decisões, em qualquer âmbito – profissional, familiar ou afetivo. Ledo engano. Um sinal claro que não confiamos nas emoções. E comum, já que aprendemos a não confiar naquilo que não conhecemos e nem aparece em exames clínicos. Desde a Antiguidade Clássica já sabíamos que a razão pode ser perturbada pelas emoções. E assim contaminados, tomarmos decisões precipitadas das quais nos arrependeremos mais tarde. Na antiguidade, essa perda de controle, provocada pelas emoções, era atribuída aos deuses. Hoje não culpamos mais ninguém do além, mas todos nós já passamos por aquela situação de olhar para trás e nos arrepender de algo feito ou dito em momentos de forte emoção.

Uma coisa clara nesse mundo de pesquisas e opiniões sobre as emoções: a influência destas sobre nosso raciocínio é tão complexa que não conseguimos sequer imaginar como reagiremos ao sermos tomados por uma emoção forte antes de, de fato, estarmos mergulhados nela. Isto porque, com a cabeça fria, no lugar, todo mundo acredita ser capaz de fazer o que é considerado certo. Mas no momento do evento, parece que uma “entidade” toma conta e assume o controle. Se agir de “cabeça quente” ou no auge da emoção é perigoso, o inverso não se provou muito mais seguro e auspicioso. Isto porque a vida não é regida pela lógica pura e não temos controle sobre todos os eventos que compõem uma situação.

Por outro lado, apesar da desconfiança, emoções consideradas positivas são aceitas e até incentivadas a serem sentidas. Mas quando o assunto são as emoções negativas, que são em maior número aliás, aí parece que não tem argumento que justifique a aceitação. No próximo artigo vamos nos atrever a passear sobre algumas dessas emoções, buscando entender suas funções em nossa vida. Se quiser entender as emoções e como é possível aprender sobre a regulação emocional, fica comigo. Te espero na próxima semana. E sua dúvida é muito importante para continuar falando de assuntos que podem ajudar.

Até a próxima.

Fátima Sueli Baroni Tonezer é psicóloga, formada em Psicologia na Universidade Estadual de Maringá (UEM). Sua maior paixão é estudar a psique humana. Atende na DDL – Clínica e Treinamentos – (45) 9 9917-1755

@psicofatimabaroni

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